Focado na promoção das agendas de direitos humanos e trabalho decente, o grupo de trabalho Empresas e Direitos Humanos, liderado pelo Instituto Ethos, realizou nesta terça-feira (28) a reunião virtual sobre inovação na gestão da diversidade nas empresas. A convite do Instituto Ethos, o Fundo de População da ONU apresentou a empresas do setor privado, ações e orientações de gênero baseadas no documento recém-publicado intitulado COVID-19: um olhar para gênero.
Em meio a surtos de doenças, homens e mulheres podem ser afetados de maneira diferente e as pandemias intensificam as desigualdades existentes. Mulheres representam 70% da força de trabalho em serviços social e de saúde ao redor do mundo. Segundo o documento do UNFPA, “deve ser dada atenção especial à maneira como o ambiente de trabalho de mulheres pode expô-las à discriminação”.
A representante do Fundo de População da ONU, Astrid Bant, ressaltou que empregadores devem “analisar uma flexibilidade de horários de funcionárias e funcionários que possuem responsabilidades de cuidado, isso também inclui horários flexíveis de trabalho para mães e pais. Com o fechamento de escolas, a dupla jornada de mulheres tem se intensificado, é importante incentivar homens e mulheres a compartilharem o trabalho doméstico e o cuidado com crianças, idosos e/ou pessoas com deficiência”.
O Grupo de Trabalho Empresas e Direitos Humanos tem por objetivo engajar líderes empresariais na agenda dos direitos humanos e abordar assuntos que podem ser tratados e aprofundados nas empresas brasileiras. Sheila de Carvalho, coordenadora de Práticas Empresariais e Políticas Públicas do Instituto Ethos, apontou que “neste momento, a responsabilidade social e empresarial é mais necessária do que nunca, por isso, é necessário reforçar esses conceitos, debater sobre isso e ter uma postura mais ativa no âmbito das práticas empresariais e das políticas públicas”.
Papel do setor privado
Empresas do setor privado possuem um papel importante a desempenhar, não apenas na mitigação do impacto da COVID-19, mas na redução da propagação do vírus. Durante o evento, foram discutidas propostas de ação e a importância da atuação do setor privado para enfrentar problemas durante a pandemia da COVID-19.
A representante do UNFPA recomendou ações para empresas adotarem durante e após a pandemia. “Deve-se garantir que as vozes das mulheres tenham um papel nas forças-tarefa de crise e nas equipes de resposta, e que mulheres e homens tenham representação e envolvimento equitativo na tomada de decisões das instituições”, concluiu Astrid Bant.
Estiveram presentes representantes de empresas que fazem parte do Grupo de Trabalho Empresas e Direitos Humanos do Instituto Ethos e membros da Aliança pela Saúde e pelos Direitos Sexuais e Reprodutivos no Brasil, como SESC e Pantys.