A formação é realizada pela Themis, organização gaúcha que recebeu fundos do III Edital Nas Trilhas do Cairo do Fundo de População da ONU
PORTO ALEGRE, Rio Grande do Sul - “A gente precisa saber onde é o nosso lugar no mundo, onde a gente tem que estar e onde a gente pode estar. Podemos estar em todos os lugares possíveis”, destaca a jovem Suani Basso, uma das participantes da 7ª turma do projeto Jovens Multiplicadoras, promovido pela Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e que teve início em agosto. O projeto foi um dos contemplados pelo III Edital Nas Trilhas de Cairo, do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).
A formação, que dura 10 meses, também aconteceu no primeiro semestre, e tem como público jovens mulheres e meninas. Entre as atividades previstas está a capacitação em ações de incidência, incentivo à participação em espaços de avaliação e proposição de políticas públicas para jovens e mulheres e potencialização das capacidades verbal e escrita das 25 participantes dessa edição.
Para Ana Paula Arosi, Coordenadora Pedagógica do 7° Curso de Formação de Jovens Multiplicadoras de Cidadania da Themis, o projeto impacta as jovens no sentido de incentivar a ocupação de espaços públicos e defender seus direitos. “Desde muito cedo as mulheres jovens são privadas de direitos. Muitas das jovens que não se enxergavam ganhando espaços fora de suas comunidades, passam a ocupar os campi universitários da cidade”, destaca a coordenadora.
Na sexta edição da formação, que aconteceu no primeiro semestre, as jovens ainda planejaram e produziram a campanha “Respeita as Gurias na Folia”, que aconteceu durante o carnaval de 2023 e teve como objetivo o combate ao assédio e prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). A campanha impactou cerca 6.500 pessoas em ações presenciais, e mais de 50 mil perfis pelas redes da Themis de forma virtual.
Helen Cristina Rocha Fonseca, participante da 6ª turma e agora uma das integrantes da equipe da Themis, reforça que os atravessamentos e a diversidade entre as mulheres fazem parte da construção coletiva. “Para mim, o termo interseccionalidade, a questão de sermos todas mulheres mas dentro do nosso grande grupo ser mulheres, mostra que temos vários atravessamentos. De mim, uma mulher negra, para uma menina indígena,para uma menina trans, são atravessamentos diferentes. E trazer esse debate para o coletivo foi sensacional”, comenta Helen.