As políticas de atenção à saúde das pessoas adolescentes e de mulheres e o planejamento reprodutivo foram discutidas durante o IX Seminário Internacional de Boas Práticas em Saúde do Adolescente nas Américas e o IV Fórum sobre Planejamento Reprodutivo, realizados na última segunda-feira, em São Paulo. A mesa de abertura do evento contou com a participação do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), que salientou a necessidade de prevenir e oferecer respostas para a gravidez não intencional na adolescência.
Ao auditório lotado de especialistas e profissionais da saúde, a representante auxiliar do UNFPA, Júnia Quiroga, explicou que a missão do Fundo de População é, até 2030, alcançar três zeros: zero necessidades insatisfeitas de contracepção, zero mortes maternas evitáveis e zero práticas nocivas contra mulheres e crianças. “A despeito dos desafios, o Sistema Único de Saúde, o SUS, tem sido muito exitoso. O Brasil tem feito um bom trabalho, embora ainda seja preciso lutar pela qualidade desse serviço. Mas a pessoa adolescente ainda está sendo invisibilizada nesse processo. No Brasil, a gravidez não intencional na adolescência é um dos grandes desafios”, explicou.
“Hoje, a cada cinco crianças que nascem no país, uma é de uma mãe adolescente. Isso significa trajetórias interrompidas, adiamento da conclusão dos estudos, quando isso acontece, mais escassas oportunidades de trabalho. Ou seja, um prejuízo coletivo, social e econômico para o país”, completou.
Representando o Ministério da Saúde, a coordenadora de Saúde Adolescente e de Jovens, Priscila Carvalho, concordou que é necessário um olhar para a pessoa adolescente e informou que o governo federal tem atuado sobretudo no fortalecimento da atenção primária. “Não adianta ter excelentes serviços se as pessoas não conseguirem acessá-los. Temos nos dedicado arduamente para que toda pessoa jovem e adolescente, e toda mulher, possa ser atendida. Sabemos que é consenso internacional que a saúde primária precisa ser fortalecida”, refletiu.
Políticas públicas
O evento, organizado pelo Instituto Brasileiro de Ação Responsável e pelo Programa Saúde do Adolescente do Estado de São Paulo, também teve o objetivo de promover importantes subsídios para que governos e instituições promovam melhores políticas de atendimento. “O fato de nos juntarmos para tratar de assuntos tão relevantes é imprescindível. É importante sonhar. O sonho garante que possamos modificar esse País e garantir o SUS, a Constituição, a igualdade e os direitos”, afirmou a coordenadora da Coordenação de Políticas para a Mulher de São Paulo, Albertina Duarte Takiuti.