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Após seis meses de capacitações, redes interdisciplinares de profissionais que atendem adolescentes no Oeste do Estado buscam aprimorar serviços oferecidos em diferentes contextos

 

Colocar em prática os aprendizados acumulados em seis meses de capacitações sobre temas ligados à adolescência. Este é o desafio apresentado a mais de 360 profissionais de saúde, educação e assistência social em 51 municípios paranaenses que participaram das oficinas do projeto Prevenção e Redução da Gravidez Não Intencional na Adolescência nos Municípios do Oeste do Paraná.

 

O projeto é uma parceria entre o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil e a ITAIPU Binacional e tem, entre seus objetivos, o fortalecimento das redes que atendem diretamente adolescentes. Para ajudar a tornar essas redes mais sólidas e integradas, profissionais do UNFPA ligadas ao projeto promoveram, desde junho 2019, oficinas de capacitação sobre diferentes temas, desde direitos, saúde, sexualidade, relações de gênero e demais abordagens constantes apresentadas no dia a dia desses profissionais. Ao todo, foram seis módulos oferecidos em diferentes datas e municípios.

 

O sexto e último módulo foi realizado no mês de fevereiro e teve como tema “compartilhar caminhos e traçar projetos de vida”. A capacitação foi realizada nos municípios de Santa Terezinha de Itaipu, Marechal Cândido Rondon e Cascavel. A proposta do encontro foi criar ou aprimorar ações existentes nos municípios comprometidos com o projeto.

 

Ao aplicar modelos e ferramentas para a estruturação, apresentação e debate sobre projetos, os e as participantes compartilharam iniciativas pensadas para acolher adolescentes em redes de atendimento. O módulo contou com uma construção coletiva sobre os focos de atuação com adolescentes e profissionais, nos espaços que poderiam abrigar essas iniciativas, seus objetivos e quais mudanças que elas visam gerar.

 

"Eu espero ver esses profissionais motivados e fortalecidos para oferecer o melhor atendimento aos adolescentes, com informações importantes sobre o funcionamento do corpo nessa fase da vida”, afirma Cintia Cruz, analista técnica do projeto. “Também queremos ver esses e essas profissionais criando espaços seguros para adolescentes, seja nas unidades de saúde, na assistência social ou nas escolas, para que exercitem a autorreflexão nos seus processos de escolha. Dessa forma, adolescentes poderão assumir seus projetos de vida da melhor forma possível", completa.

 

Avaliação e próximos passos

 

A partir da evolução dos seis meses de oficinas, algumas articulações já estão sendo feitas e fortalecidas. É o que relata Andreia Calgaro, enfermeira em Capitão Leônidas Marques. "Nossa equipe participou dos seis módulos e conseguimos nos preparar para trabalhar com o público adolescente. Depois que começaram as capacitações, a equipe abriu a mente. Temos uma equipe junto com a Saúde, Assistência Social e Educação, e já estamos programando ações para trabalhar em março em conjunto com adolescentes envolvendo todas as temáticas que vivenciamos ao longo dessas seis capacitações", comemora.

 

Luciano Martins dos Santos, enfermeiro em Foz do Iguaçu, declara que os temas trabalhados nas oficinas têm influenciado o seu cotidiano. "Nós trabalhamos com várias temáticas e entre elas a temática da saúde sexual nas escolas do bairro, em consultório também. O tema que achei mais relevante, e que me ajudou muito como profissional e pessoa, foi o tema de comunicação com adolescentes. Saber como a gente vai usar a nossa comunicação para chegar naquilo que a gente precisa – chegar no adolescente, passar as orientações e falar a linguagem dele”, explica. “Os temas tratados nessas capacitações estão me ajudando não só como profissional, mas também como educador e como pai, porque tenho filhos adolescentes”, destaca.

 

“O curso foi muito bom, participei de todos os encontros. Foi uma caminhada até chegarmos ao último encontro. Nós abrimos a mente e agora vai ser muito interessante aplicarmos esse conhecimento no dia a dia”, reforça Taniclear Betineli, nutricionista em Marechal Cândido Rondon.

 

Além de colocar em prática os projetos pensados ao longo das capacitações, as redes de profissionais nos 51 municípios também terão outras oportunidades ao longo de 2020. Em março, a Caravana Tá No Rumo volta a circular pela região Oeste do Paraná. Também está previsto um seminário de boas práticas, em abril, e o processo de certificação dos serviços de saúde com o Chega Mais – Selo de Qualidade de Serviços para Adolescentes.

 

Sobre o projeto

 

Iniciado em 2018, o projeto Prevenção e Redução da Gravidez Não Intencional na Adolescência nos Municípios do Oeste do Paraná é uma parceria entre o UNFPA e a ITAIPU Binacional. Ele prevê ações em quatro frentes: Comunicação, Saúde, Educação e Gestão do Conhecimento. O objetivo é trabalhar com os 51 municípios do Oeste do Paraná que assinaram o termo de adesão ao projeto, trazendo uma experiência positiva ao realizar ações para a prevenção e redução da gravidez não intencional na adolescência. As ações têm foco no desenvolvimento socioeconômico, criando e ampliando oportunidades para que adolescentes e jovens ajudem na construção de serviços acolhedores de saúde e também tenham garantidas condições de ampliar suas habilidades para a vida e competências socioemocionais.