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Sumário da primeira fase da pesquisa realizada pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), ONU Mulheres e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e executada pelo CEDEPLAR e pela Fundação IPEAD da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

A Estratégia de Interiorização é um dos principais pilares da resposta à emergência humanitária decorrente do deslocamento de pessoas da Venezuela estabelecida pelo governo brasileiro, por intermédio da Operação Acolhida onde se integram dezenas de organizações da sociedade civil e agencias da ONU, entre as quais ACNUR, ONU Mulheres e UNFPA. Entre abril de 2018 e setembro de 2021, foram voluntariamente realocadas mais de 60,7 mil pessoas venezuelanas residentes em abrigos temporários da Operação Acolhida em Roraima para mais de 730 municípios distribuídos em todas as regiões do país.

É importante ressaltar que a experiência de acolhimento e integração da população venezuelana no Brasil representa um marco importante na trajetória institucional e normativa da política de refúgio e migratória no país. Todavia, pouco ainda se sabe sobre as condições de vida desses beneficiários no pós-interiorização e esta pesquisa busca preencher essa lacuna, investigando os resultados observados para as pessoas beneficiárias durante o período da pandemia da COVID-19 no que toca à inserção laboral, geração de renda e vulnerabilidades atreladas à autossuficiência socioeconômica, ao acesso a serviços de proteção social, em particular à educação e saúde, com especial ênfase nas vulnerabilidades específicas de mulheres e crianças.

A pesquisa abarcou também parcela da população abrigada em Roraima e utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para fins de análise comparativa com a população de acolhida.