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Fundo de População da ONU se reuniu com a fundação estatal em Salvador para identificar possíveis ações conjuntas no interior do estado, com foco na área de saúde sexual e reprodutiva.

 

O UNFPA, Fundo de População das Nações Unidas e a Fundação Estatal Saúde da Família (FESF - SUS), reuniram-se na manhã de quarta-feira, 1º de abril, em Salvador, Bahia, para discutir possibilidades de parceria na área de promoção à saúde, com atenção em especial à saúde sexual e reprodutiva, no intuito de potencializar o trabalho do órgão nos municípios baianos.

Dividido em dois momentos, o encontro contou inicialmente com apresentações institucionais da Fundação à agência da ONU, realizadas pelo Diretor Geral, Carlos Alberto Trindade e pelo Secretário Executivo, José Santana, com a participação dos (as) demais diretores (as), sobre as ações prioritárias para 2015. Dentre as iniciativas apresentadas, por exemplo, está o Projeto Baixo Sul, que tem como objetivo promover a implantação da carreira regional do Serviço Único de Saúde (SUS) nos municípios que integram o Baixo Sul da Bahia, focado no desenvolvimento do trabalho e do trabalhador da saúde nesse território, a principal estratégia da Fundação nesta área é a formação/qualificação de quadros por meio da residência multiprofissional e em saúde da família.
 

 
Na segunda parte da manhã, ocorreu uma visita técnica às instalações da FESF e, na sequência, foi à vez do Fundo de População expor para cerca de 30 pessoas da equipe técnica, por meio da fala da Representante Auxiliar, Fernanda Lopes, as diretrizes de atuação em nível global, nacional e local, possibilitando assim uma melhor troca de conhecimentos e identificação de potencialidades para as ações conjuntas futuras.

A Representante Auxiliar falou sobre o mandato do UNFPA e contextualizou as ações do UNFPA a partir do Plano de Ação do Cairo, instituído em 1994, na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), destacando que “durante a Conferência o mundo assumiu a mudança de paradigma na agenda de população; da preocupação com o planejamento familiar stricto senso, para a promoção de direitos e a defesa de escolhas voluntárias relacionadas ao planejamento da vida reprodutiva”.

Após ressaltar o momento atual da história brasileira, em que temos uma maior população em idade ativa – 51 milhões de jovens entre 15 e 24 anos - e que, em 2020, a pirâmide etária começa a mudar, dando início à transição demográfica, Lopes destacou que: “precisamos garantir a transformação com sustentabilidade. O exercício dos direitos afeta diretamente a dinâmica populacional e vice versa”, enfatizou.

Outros pontos discutidos durante a reunião diretamente ligados com o desenvolvimento sustentável e o bônus demográfico foi o peso da violência letal contra jovens, em especial jovens negros. “Perder esse imenso potencial humano terá consequências para o desenvolvimento e crescimento econômico do país e todos precisam estar envolvidos na transformação desta realidade incluindo o setor saúde, afinal a violência é também um problema de saúde pública”. Também foi destacada a importância da promoção do direito à saúde sexual e reprodutiva entre adolescentes e jovens e os esforços que o Fundo de População tem feito neste sentido dando destaque à recém lançada publicação “O SUS e a Saúde Sexual e Reprodutiva de Adolescentes e Jovens”, elaborada em parceria com o Ministério da Saúde.

Surgiram muitas contribuições da equipe técnica no intuito de estabelecer uma agenda de cooperação entre às instituições. Desde a inclusão dos temas e materiais nas ações de comunicação e educação permanente promovidas no âmbito do Telesaúde e a UNASUS, até a cooperação técnica nos processos de humanização dos serviços hospitalares que integram a Rede Cegonha.

No campo da saúde materna a FESF tem um convênio com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB) cujo objetivo é contribuir na readequação de hospitais na integração e investimento no atendimento humanizado; integrar a rede de urgência e emergência para encaminhar a gestante para uma unidade maior e/ou melhor, assim como capacitar enfermeiras/os obstetras, que fazem parto humanizado nessas unidades hospitalares.

Fernanda Freaza, gestora do Escritório de Projetos da Fundação, destacou a “importância desse momento para a instituição, uma vez que a integração dos esforços conjuntos para a qualificação dos serviços e projetos na área da saúde é fundamental”. E, completou, informando que a FESF-SUS e o UNFPA deverão “realizar uma avaliação dos temas e áreas prioritárias a serem trabalhadas, no intuito de viabilizar, o quanto antes, a parceria”.

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Visita técnica à sede da FESF em Salvador (Fotos: Divulgação/FESF-SUS)

 

Saiba mais sobre a FESF-SUS e o UNFPA na Bahia.

Por Midiã Santana

Texto com informações da Ascom da FESF-SUS