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ABEP e UNFPA realizaram seminário online nesta quarta-feira (13). Cerca de 300 pessoas, dentre academia, gestores públicos e organizações da sociedade civil acompanharam a discussão ao vivo

 

A Associação Brasileira de Estudos Populacionais e o Fundo de População das Nações Unidas realizaram na última quarta-feira (13), a terceira edição da série de webinários População e Desenvolvimento em Debate. Nesta edição, especialistas da saúde discutiram a pressão sobre o Sistema Único de Saúde no contexto da Covid-19.

Cerca de 300 pessoas acompanharam a discussão com transmissão ao vivo do canal do UNFPA Brasil no Youtube, e contou com a participação de Gilvan Ramalho Guedes, professor do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais (Cedeplar/UFMG); Cristiani Machado, Vice-Presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Fernando Pigatto, Presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS). A discussão foi moderada pela representante do Fundo de População das Nações Unidas no Brasil, Astrid Bant.

Astrid Bant explica que “o Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde pública do mundo e que a população que depende do SUS excede a população total de muitos países do mundo, talvez a maioria. A despeito da robustez do sistema, a pressão que a pandemia lhe impõe requer análises e planejamento. O diagnóstico social é que o sistema de saúde não está preparado para a quantidade de internações geradas em decorrência da pandemia da Covid-19, que somariam às demandas de outras doenças, que não deixam de existir”.

Especialistas falaram sobre o assunto:

“Durante a pandemia, o SUS tem demonstrado suas potencialidades. A sua própria existência é uma delas, assim como sua tradição na vigilância epidemiológica com a produção de testes de diagnóstico da doença e o treinamento de laboratórios de saúde pública também são. Por outro lado, existem limitações, a disponibilidade de profissionais da saúde e a insuficiência de insumos e de equipamentos são algumas delas. Assim como o fato de não termos um complexo industrial voltado ao atendimento das necessidades da população brasileira prejudicou a resposta à pandemia da covid-19”. (Cristiani Vieira Machado, vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz)
 

“A oferta e a organização do SUS em tempos pré-pandêmicos atende de forma eficiente às demandas de morbidade da população. É importante dizer que o SUS não é ruim ou que não esteja dando conta. O SUS e a área privada estão respondendo a uma demanda atípica e nenhum setor dá conta de responder a uma demanda se a gente não segurar a velocidade de transmissão deste vírus, e isso é o que gera a pressão desordenada sobre o sistema de saúde”. (Gilvan Ramalho Guedes, professor do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais - Cedeplar/UFMG)

“O Conselho Nacional de Saúde defende a ideia de se ter uma rede local de saúde forte e os recursos federais deveriam fortalecer o sistema como um todo. Deveríamos ter uma atuação mais eficaz do governo federal para auxiliar os estados e municípios a enfrentar situações como essa, e que houvesse diálogo e comprometimento dos entes federados no fortalecimento das redes de proteção, mas infelizmente nós não estamos tendo isso.” (Fernando Pigatto, Presidente do Conselho Nacional de Saúde - CNS)

A cada semana, a série “População e Desenvolvimento em Debate” promovida por UNFPA e ABEP realizará discussões entre academia, governo e sociedade civil sobre temas emergentes na Agenda de População e Desenvolvimento aliado ao contexto atual. Na próxima edição, o série de webinários vai abordar o tema povos indígenas e a pandemia da covid-19.

Assista essa discussão na íntegra 

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