A atividade foi apoiada pelo USAID ainda contou com a pintura do mural no abrigo BV8
Pacaraima, RORAIMA – Para refletir sobre questões de gênero e abordar mecanismos legais para casos de Violência Baseada no Gênero, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e a AVSI, apoiada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) promoveram diálogo entre mulheres e meninas refugiadas em Pacaraima, Roraima, neste mês de janeiro.
A atividade envolveu 40 mulheres e meninas refugiadas ou migrantes que passaram no abrigo BV8. O alojamento BV8 é um abrigo de passagem para as pessoas pernoitarem enquanto aguardam o processo de documentação para continuar seu trajeto no Brasil e circulam mais de 1100 pessoas diariamente.
“Muitas mulheres chegam no Brasil sem saber quais são seus direitos e como podem acessá-los. Promover essa oficina seguida por uma atividade artística fortalece o diálogo sobre o tema a partir de outras perspectivas”, afirma Patrícia Ludmila, Coordenadora de Violência Baseada no Gênero do UNFPA em Roraima.
A oficina ainda permitiu que as participantes deixassem um legado na estrutura do espaço, com referência aos temas de gênero discutidos na oficina. Para sensibilizar a comunidade, foi realizada a pintura de um mural, planejado pela artista venezuelana Genni Guevara e com colaboração das participantes.
Para Genni, artista responsável pelo mural, a arte representa transformar em realidade o que está em sua mente e é capaz de mudar comportamentos. "Esse mural é simbólico porque traz uma mensagem com valores, impacto e a intenção é fazer com que as pessoas reflitam e mudem seu comportamento e atitudes", diz ela.
O apoio acontece pelo projeto “Fortalecimento dos Serviços de Violência Baseada no Gênero que Salvam Vidas”, implementado pelo UNFPA com o apoio financeiro da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). O objetivo do projeto é fortalecer as capacidades das redes locais de prevenção e enfrentamento à violência baseada no gênero no Amazonas e em Roraima. Implementado desde 2021, o projeto atua com base em três eixos: o acesso à informação e prevenção à violência baseada no gênero, o fortalecimento dos serviços de proteção especializados, e a construção de capacidades e advocacy. Desde o início do projeto, mais de 60 mil pessoas foram alcançadas.