Atividade em formato de Workshop debateu o fluxo de atendimento para a pessoa sobrevivente de violência sexual e promoveu novas pactuações entre os atores da rede
Por Pedro Sibahi
A violência baseada no gênero envolve violações generalizadas dos direitos humanos e está ligada a relações desiguais de gênero ou a abusos de poder, podendo acarretar diversas consequências, físicas e psicológicas, especialmente para mulheres e meninas. Buscando fortalecer uma abordagem integrada para esse tipo de violência em Roraima, que reconheça os múltiplos fatores de risco e que atue de forma efetiva na prevenção e resposta, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), em parceria com o ACNUR, agência da ONU para Refugiados, realizou na sexta-feira (8) o workshop “Violência Sexual: Fluxo ideal X Real - Como garantir acesso e proteção integral às sobreviventes?”.
Durante todo o dia, trabalhadoras e trabalhadores de diferentes órgãos da saúde, da assistência social e da segurança do Estado, participaram de debates e atividades de formação sobre o fluxo de atendimento para a pessoa sobrevivente de violência. Estiveram presentes representantes do Centro de Referência de Assistência Social, Delegacia da Mulher, IML, Casa da Mulher Brasileira, Centro de Referência da Saúde da Mulher, Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente, assim como do Hospital Geral, Maternidade, Hospital da Criança Santo Antônio, e unidades de pronto atendimento em saúde
O principal objetivo foi discutir o fluxo de atendimento para casos de violência sexual nas unidades de referência da rede pública de saúde de Boa Vista, assim como capacitar e qualificar as e os profissionais a atuarem como agentes de prevenção e resposta para os casos de violência sexual. O encontro também buscou estimular a reflexão sobre o papel e funcionamento da rede de proteção, com ênfase no SUS, SUAS e segurança de Boa Vista.
Para a assistente social Maria do Rosário, do Centro de Referência de Saúde da Mulher e que atua em Boa Vista há 26 anos, “esse é um encontro que vejo com muito otimismo e muita esperança, porque precisamos disso. Precisamos de todas as equipes de vários setores, tanto da saúde como da assistência social, envolvidos e próximos para que cada um saiba o que o outro está fazendo. Um precisa saber o que o outro faz e ver de que forma o usuário do serviço pode ser melhor bem atendido”.
UNFPA e ACNUR estão envolvidos na resposta à emergência humanitária em Roraima e Amazonas, atuando em diversas frentes de modo a facilitar a garantia no acesso a direitos por parte da população refugiada e migrante. Além disso, apoiam o estado de Roraima na elaboração de uma resposta efetiva junto ao governo federal, e buscam fortalecer as capacidades locais, por meio de investimentos e com formações que promovam conhecimento técnico e a troca de experiências entre profissionais que compõem a rede pública de proteção intersetorial.