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A equipe do Fundo de População da ONU visitou a Secretaria da Mulher de Pernambuco na última quarta-feira (13) para apresentar o trabalho do Fundo e conhecer as ações que a Secretaria tem desenvolvido no estado. A equipe do UNFPA estava em Recife para participar da 2a. Reunião da Sala de Situação da Sociedade Civil, que discutiu a resposta à epidemia do vírus Zika.

A Coordenadora em Saúde da Secretaria da Mulher-PE, Rejane Neiva, recebeu o representante do UNFPA, Jaime Nadal, e demais integrantes do Fundo. Ela e a equipe de coordenação mostraram as iniciativas realizadas pela SPM como o Programa Mãe Coruja, que tem como objetivo reduzir a mortalidade materna e infantil, entre outras ações.

Segundo Rejane Neiva, 177 entidades municipais de políticas para mulheres têm sido integradas às ações do Mãe Coruja, afim de efetivar os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres pernambucanas. A atuação integrada nos dois níveis pretende “levar o empoderamento das mulheres para que elas busquem apoio em seus municípios”, ressaltou Rejane Neiva. Ela também destacou a importância da comunicação. “O trabalho no qual a gente precisa investir é o da prevenção e informação. Para que uma mulher bem informada saiba decidir e saiba o que fazer sobre a sua saúde sexual e reprodutiva”.

Durante a reunião, a coordenadora também mencionou os problemas ocasionados pelo vírus Zika e o modo como a informação sobre a epidemia pode interferir na percepção das pessoas. “A maneira como o Zika e a microcefalia têm sido noticiados abre precedentes para que cada uma possa interpretar da sua forma, o que consequentemente ocasiona a criação dos mitos”.

Jaime Nadal declarou que as implicações do Zika para a vida das mulheres são graves: “quanto mais informações sobre o vírus recebemos, mais conseguimos ter a dimensão desse impacto”. Ele observou o destaque que a microcefalia tem recebido nos noticiários, como a única síndrome que possivelmente pode ser ocasionada pelo vírus: “o foco está na microcefalia, mas o Zika ocasiona muitas outras síndromes congênitas que não estão recebendo atenção. Algumas dessas crianças que nasceram hoje não foram necessariamente diagnosticadas com outras síndromes que no futuro possam ser identificadas”.
 

Para Fernanda Lopes, representante auxiliar do UNFPA, “a informação é fundamental para que a mulher possa ter a possibilidade de tomar decisões sobre quando, quantos ou se pretende ter filhos. Através da informação é possível garantir que elas tenham acesso aos seus direitos sexuais e reprodutivos”. E acrescentou que cabe ao estado “estar pronto para dar suporte às mulheres de acordo com as suas decisões. Caso elas queiram ter filhos, é preciso apoio para essa maternidade. E caso elas desejem esperar é preciso que tenham acesso aos insumos contraceptivos”.

Texto Mariana Tavares/UNFPA Brasil