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Uma sensei compartilhando conhecimento

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Uma sensei compartilhando conhecimento

calendar_today 23 July 2019

Atleta de caratê Jhogsi Gómez dá aulas em espaço da Operação Acolhida em Pacaraima (Foto: Fabiane Guimarães/UNFPA Brasil)

Nos corredores da estrutura montada para receber as pessoas migrantes e refugiadas venezuelanas em Pacaraima, na fronteira entre o país e o Brasil, a sensei faixa preta em caratê Jhogsi Gómez treina novas alunas e alunos. Campeã nacional do esporte na Venezuela, com 47 medalhas -- 17 de ouro -- e experiente professora, o cenário das aulas agora é outro, assim como as novas e os novos aprendizes, embora a atleta não tenha mudado. “Quando cheguei aqui, eu queria ajudar. Então me cederam esse espaço para ensinar, principalmente as mulheres, a se defenderem”, conta. Seus treinos coletivos ocorrem todas as noites, pontualmente às 19h, com a participação de pessoas que vivem no BV-8, o alojamento temporário da Operação Acolhida na fronteira.

Jhogsi tinha uma vida estável com o marido e os três filhos pequenos na cidade de Cumaná quando a crise na Venezuela e a fome os impeliram a deixar sua casa, há dois meses. Em Pacaraima, no Espaço Amigável do Fundo de População das Nações Unidas, Jhogsi foi amparada e ouvida. E foi por sugestão e intervenção da equipe local do UNFPA que começou a promover os treinos noturnos. A ideia era empoderar as mulheres do abrigo com técnicas de defesa do esporte.

A prevenção e resposta à violência baseada em gênero é um dos eixos que guiam o trabalho do Fundo de População das Nações Unidas no contexto humanitário. Prevenir todas as formas de agressão contra mulheres e meninas faz parte do dia a dia da atuação dos profissionais junto aos migrantes em Roraima. Parte dessa prevenção passa pela promoção da resiliência e do empoderamento, a valorização da autoestima e pelo compartilhamento de técnicas de defesa pessoal. 

O objetivo do UNFPA é, até 2030, alcançar três zeros: zero mortes maternas evitáveis, zero necessidades não atendidas de contracepção e zero violências ou práticas nocivas contra mulheres e meninas.

A sensei, revela que pretende continuar lecionando caratê, quando conseguir um lugar para se estabelecer definitivamente. “É o que sempre amei fazer e vou continuar fazendo”, garante.

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