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O subsecretário de Ações Estratégicas da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Ricardo Paes de Barros, reuniu-se nesta quarta-feira, 19 de junho, com o subsecretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Babatude Osotimehin, para uma discussão sobre a construção da agenda global de população e desenvolvimento para as próximas décadas. Objetivo foi debater as oportunidades, os desafios e as implicações dessa iniciativa para o Brasil. Para isso, Paes de Barros apresentou um panorama populacional com dados sobre imigração e a evolução da infância, dos jovens e dos idosos no País.

A contribuição da imigração para a inovação e a dinamização das economias no mundo foi destacada pelo subsecretário da SAE. O total de imigrantes no Brasil, segundo ele, ainda é considerado pequeno. “Em 1900, o Brasil atingiu a marca de 7,3% da população composta de imigrantes e hoje tem apenas 0,3%”.

O Brasil possui índices muito baixos de imigrantes também na comparação com outros países, como mostrou estudo da SAE,. Em 2010, o percentual de estrangeiros que trabalham ou estudam no País foi de 0,4%, enquanto que esse número na Suíça e nos Estados Unidos foi de 23,2% e 13,5%, respectivamente.

No que diz respeito à evolução infantil, Paes de Barros chamou a atenção para a relação entre o número de matrículas em creches e o aumento da distribuição de renda. Segundo ele, além dos benefícios para a formação da criança, o acesso à creche tem proporcionado o aumento da renda familiar e da taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho. Outro dado importante apresentado na reunião foi em relação ao percentual de idosos que vivem sozinhos no Brasil, que passou de 28%, em 1992, para 36% em 2011.

Em relação aos jovens brasileiros, segundo informações apresentadas pelo representante da SAE, cerca de 24% dos jovens entre 18 e 24 anos não estudam nem trabalham. Esse percentual se mostrou estável entre o período de 1992 até 2011. Ao analisar a taxa de mortalidade entre essa população, o estudo mostrou que houve um aumento de 25% da diferença na mortalidade de jovens do sexo masculino em relação ao sexo feminino, entre 1980 e 2013. “Isso mostra que os jovens brasileiros de sexo masculino estão mais expostos a mortes violentas”, avaliou Paes de Barros.

O subsecretário-geral da ONU traçou uma relação entre os desafios apresentados pela SAE em relação ao Brasil e os de outros países em desenvolvimento, tais como o desenho de novas políticas para a juventude, o envelhecimento da população e a migração internacional.  Ele mostrou reconhecimento dos avanços brasileiros, principalmente nas questões de diminuição da pobreza e da desigualdade, o que considerou um caso de sucesso em nível internacional. “O desenvolvimento de trabalhos conjuntos com o governo brasileiro para uma melhor compreensão destes desafios e a proposição de soluções a serem compartilhadas internacionalmente será muito importante”, disse Osotimehin.

Em relação à posição brasileira na revisão da Conferência Internacional de População e Desenvolvimento (CIPD) – Cairo além de 2014, o representante da ONU afirmou que o Brasil possui um papel de liderança, particularmente em termos regionais, ao considerar a América Latina e o Caribe.

Fonte: Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República