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Profissionais dos dois estados já concluíram a fase 1, uma formação teórica virtual de para utilização de simuladores e modelos anatômicos

O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e o Ministério da Saúde realizaram, no final de novembro, uma formação voltada para o uso de simuladores anatômicos em futuras ações educacionais em Métodos Contraceptivos Reversíveis de Longa Duração (LARC). A formação aconteceu juntamente com as secretarias estaduais de Pernambuco e Rondônia e secretarias municipais de saúde de Recife e Porto Velho, foi realizada para profissionais de saúde da iniciativa de Centros de Referência em LARC do Hospital Agamenon Magalhães e da Unidade ACS Maria Rita, no Recife (PE), e Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro e Centro de Referência Saúde da Mulher, em Porto Velho (RO).

Os Centros de Referência atuarão como multiplicadores para novos profissionais e serviços na perspectiva de escalonamento, desenvolvendo atividades educativas de capacitação em métodos LARC, como implante subcutâneo e Dispositivo Intrauterino, com ênfase no DIU de cobre, com abordagens que consideram os direitos humanos e a saúde das mulheres nas formações em anticoncepção. 


“Essa formação é fundamental para nos instrumentalizar a ensinar outras pessoas, também em treinamento com os residentes e de maior escala como redes de prefeituras”, destaca Olivia Lima de Mendonça, médica de família e comunidade de Recife (PE). Foto: UNFPA Brasil/Thainá Kedzierski

Apesar dos métodos LARC se destacarem entre os contraceptivos modernos por registrarem níveis mais elevados de eficácia e apresentarem uma melhor relação custo-eficácia, os países da América Latina e Caribe, incluindo o Brasil, tendem a reportar uma menor utilização desses métodos do que outras regiões em desenvolvimento. 

O DIU de cobre, por exemplo, é um método não-hormonal, protege contra a gravidez por até 10 anos e tem a possibilidade de reversibilidade da fertilidade logo após ser retirado. No Brasil,  o DIU é o método utilizado por apenas 4,4% das mulheres de 15 a 49 anos sexualmente ativas no Brasil que utilizam métodos contraceptivos (IBGE, 2019). 


“Quando aumentamos a oferta de métodos LARC, principalmente de DIU e implante subdérmico, sabemos que diminui a necessidade de cirurgia de esterilização. Isso significa que é oferecida qualidade de vida, de saúde e de acesso. Foto: UNFPA Brasil/Neto Cavalcanti

Sobre a Estratégia de escalonamento de métodos contraceptivos reversíveis de longa duração

A iniciativa é parte de uma estratégia regional da América Latina e Caribe, que engloba 16 países no total, sendo implementada em coordenação e com o apoio do Escritório Regional do UNFPA para a América Latina e Caribe (UNFPA LACRO).  A estratégia busca aumentar a oferta qualificada de métodos reversíveis de longa duração, com ênfase no DIU de cobre e implantes subdérmicos, de modo a fortalecer o planejamento reprodutivo com abordagem de direitos e a ampliar as possibilidades de escolhas contraceptivas para as pessoas usuárias desses serviços, incluindo adolescentes e jovens. 

Em 2022, o Ministério da Saúde realizou uma chamada aberta para identificar e engajar unidades da federação (UF) no projeto. Com base nas manifestações de interesse e informações prestadas, foram selecionados os estados de Pernambuco e Rondônia. Em 2023, a adesão do Brasil foi renovada e, com o apoio do UNFPA, foi possível ampliar o estabelecimento dos Centros de Referência em LARC. Mais seis novos serviços estão sendo estabelecidos em três novos estados: Amapá, Bahia e Pará (Grupo 2). No total, a iniciativa dos Centros de Referência em LARC atuará em dez serviços de cinco estados.