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Uma comitiva de parceiros do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e o representante da agência, Jaime Nadal, visitou Boa Vista (RR) nesta semana para acompanhar os trabalhos de assistência humanitária. O grupo teve a oportunidade de conhecer, in loco, as atividades coordenadas pela Universidade Federal de Roraima (UFRR), um dos primeiros órgãos públicos da região a se envolver diretamente no auxílio à população refugiada.

A visita contou com a presença do embaixador da Espanha no Brasil, Fernando Casas, do conselheiro da embaixada espanhola Pedro Cortegoso e do diretor da OEI (Organização dos Estados Ibero-Americanos), Raphael Callou.

O reitor da UFRR, Jefferson Fernandes do Nascimento, recebeu o grupo e apresentou o trabalho feito pela instituição de ensino no acolhimento aos venezuelanos. No campus, funciona o Centro de Referência de Atendimento ao Imigrante, porta de entrada que oferece atendimento especializado, com orientações, encaminhamentos para serviços de saúde, além de suporte jurídico e psicológico.

O reitor destacou também a intenção de incluir a população refugiada na rotina acadêmica, com a oferta de vagas ociosas -- após todos os processos previstos de seleção tradicional -- aos que se encontram nesta condição. A medida, de acordo com ele, já foi aprovada pelo Conselho Universitário local. 

O representante do UNFPA e demais parceiros acompanharam de perto, também, as ações desenvolvidas pela agências do Sistema ONU nos abrigos Pintolândia e Rondon 3.

Presente desde o princípio da Operação Acolhida, o UNFPA é a agência do Sistema ONU responsável por prevenir e combater a violência baseada em gênero, e por garantir o acesso à saúde sexual e reprodutiva. Acompanhando o fluxo migratório na fronteira com a Venezuela, a agência atua ativamente para garantir a dignidade e os direitos dos recém-chegados ao país, especialmente os mais vulneráveis, como mulheres, meninas, pessoas LGBTI, idosas e com deficiência.

Em Boa Vista e Pacaraima, localizada a 250 km da capital, o UNFPA ministra oficinas de combate ao abuso sexual, além de garantir a distribuição de kits de higiene pessoal, preservativos femininos e masculinos, gel lubrificante e outros insumos em saúde sexual e reprodutiva.

Homenagem

Desde o ano passado, uma bem-sucedida operação coordenada pelo Exército Brasileiro e apoiada desde os primeiros passos pelo UNFPA, por organizações da sociedade civil e pelo governo federal é responsável por receber e interiorizar os venezuelanos que chegam ao país. A Operação Acolhida já foi responsável pelo atendimento de 6 mil pessoas refugiadas, que obtiveram abrigo e foram empregados em 86 cidades brasileiras. 

O coordenador operacional da operação, general Eduardo Pazuello, e o coordenador operacional adjunto, Georges Feres Kanaan foram homenageados pelo Fundo de População da ONU no Brasil e receberam de Jaime Nadal dois diplomas em reconhecimento à atuação na promoção e defesa dos direitos humanos. 

De acordo com dados da Polícia Federal, 199,3 mil cidadãos venezuelanos entraram no país entre 2017 e 2018, dos quais 44% eram mulheres. Deste total, metade foi embora, e cerca de 100 mil permanecem no Brasil.

 

Fotos: UNFPA Brasil/Samara Cordeiro