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Promovido pelo UNFPA, segundo encontro do ano traçou também o perfil das 50 organizações das regiões Norte e Nordeste que estão participando da Sala de Situação

Por Giselle Cintra

 

A Sala de Situação em resposta à Violência Baseada em Gênero Norte/Nordeste, uma iniciativa lançada pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), promoveu a segunda reunião estratégica de 2021 nesta quinta-feira (10). Na ocasião, foram apresentadas as prioridades de cada região para o enfrentamento à violência baseada em gênero, o perfil das organizações que compõem a iniciativa e também foi apresentado o diagnóstico dos serviços virtuais disponibilizados para o combate à violência contra as mulheres na região Norte durante a pandemia.

Durante a segunda reunião da Sala de Situação, as organizações foram divididas em grupos para discutir sobre os principais problemas das regiões na resposta à violência baseada em gênero e quais ações poderiam ser desenvolvidas para enfrentá-los. Cada grupo apresentou o resultado dos trabalhos, em que pode-se observar que, apesar das diferenças locorregionais e iniquidades, muitos dos problemas são semelhantes, como feminicídio e transfeminicídio; violência sexual contra meninas, mulheres e pessoas trans; falta de dados e necessidade de descentralização e interiorização da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres.


Terlúcia Silva, consultora do UNFPA, apresentou o perfil das 50 organizações participantes da região Norte e Nordeste (Reprodução/Zoom)

De acordo com o perfil das organizações  apresentado por Terlúcia Silva, consultora do UNFPA, a Sala de Situação este ano é composta por organizações que trabalham com as seguintes pautas: mulheres negras; comunidades quilombolas; LGBTQI+; feminismo; indígenas, profissionais do sexo; movimentos populacionais; juventude; mulheres rurais e pescadores e mulheres com deficiência.

“A ideia é que a gente tenha essa diversidade. Dessa forma, desenhamos uma metodologia para reconhecer os contextos e captar quais são as prioridades de cada uma das regiões e o que as organizações podem apresentar relacionado ao enfrentamento à violência baseada em gênero”, explica Terlúcia Silva.

Um dos pontos apresentados durante o encontro também foi o diagnóstico dos serviços virtuais disponibilizados para o combate à violência contra as mulheres na região Norte durante a pandemia. De acordo com diagnóstico feito a partir da Plataforma Mulher Segura, Mel Bleil Gallo, consultora do UNFPA, aponta que o Norte do Brasil é a região que apresenta menor quantidade de serviços por estado. “Atualmente no banco de dados, temos um total de 1300 itens. Quando observamos a distribuição por estado, a região Norte é a que menos tem serviços, sendo Rondônia, o estado com a menor quantidade de serviços (12), em seguida Roraima (13), Amapá (14), Acre (19), Tocantins (26), Amazonas (31) e Pará (38)”.


A consultora do UNFPA, Mel Bleil Gallo, aponta o recorte de serviços por região que a Plataforma Mulher Segura disponibiliza (Reprodução/Zoom)

 

Sobre a Sala de Situação Violência Baseada em Gênero

Criada em maio de 2020, a Sala de Situação possui o intuito de criar uma rede de mobilização virtual que reúne organizações da sociedade civil que trabalham com mulheres e também no combate e prevenção à violência de gênero. Originalmente, o espaço foi pensado para organizações da região Nordeste. Neste ano, contudo, cresceu e agora conta também com organizações do Norte do país. Ao todo, são cerca de 50 organizações participantes em 2021.

A iniciativa baseia-se no Plano de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento e também nas metas do Fundo de População das Nações Unidas para alcançar três zeros até 2030: zero necessidades insatisfeitas de contracepção, zero mortes maternas evitáveis e zero violências ou práticas nocivas contra mulheres e meninas.