A ITAIPU Binacional e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) participam em Brasília, no dia 6 de fevereiro, de workshop dentro da Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, uma iniciativa do Governo Federal para disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da gravidez não intencional de meninas de 12 a 17 anos de idade. A convite do Ministério da Saúde, as duas entidades irão compartilhar a experiência do projeto que desenvolvem em conjunto nos municípios do Oeste do Paraná desde o ano passado.
O Projeto Prevenção e Redução da Gravidez na Adolescência nos Municípios do Oeste do Paraná envolve serviços, estratégias de comunicação, produção e análise de dados que permitam desenvolver políticas públicas voltadas a adolescentes e jovens, especialmente para a prevenção da gravidez não intencional. Iniciado em 2018, o projeto envolve mais de 50 municípios da região e prevê atividades ao longo de todo o ano de 2019 e o primeiro semestre de 2020. O programa de prevenção, informação e capacitação está centrado nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas, que é também parceira do Ministério da Saúde em ações estratégicas relacionadas à gravidez na adolescência.
Gravidez não intencional na adolescência
Segundo o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), só em 2016 nasceram no Brasil 24 mil bebês filhos de meninas de até 14 anos de idade e 477 mil filhos de mães com idade entre 15 e 19 anos, de acordo com dados do IBGE. A gravidez não intencional é mais presente entre meninas negras (sete em cada dez) e entre adolescentes que não trabalham nem estudam (seis em cada dez).
A longo prazo, a gravidez não intencional na adolescência traz consequências para a sociedade e para a economia de todo o país. Estudos internacionais apontam que, se for considerada apenas a área de saúde, para cada US$ 1 que se investe em planejamento familiar, poupa-se U$ 1,47 em assistência médica. Quando este investimento é feito nas adolescentes, para cada US$ 1 investido, serão US$ 98,2 poupados até o fim da vida reprodutiva. Segundo relatório do Banco Mundial, o Brasil poderia aumentar sua produtividade em US$ 3,5 bilhões por ano se as adolescentes adiassem a gravidez para depois dos 20 anos de idade.
Além de ITAIPU e UNFPA, outras instituições do Brasil apresentam durante o workshop dados e estudos sobre a questão, em um panorama global, regional e nacional. No evento, participam também representantes de jovens e adolescentes de várias regiões do País.
Instituída em janeiro por meio da Lei 13.798/2019, a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência contará com as primeiras atividades desde o dia 1° de fevereiro, em Brasília.