Go Back Go Back
Go Back Go Back
Go Back Go Back

A gratidão de uma jovem mãe

A gratidão de uma jovem mãe

News

A gratidão de uma jovem mãe

calendar_today 28 Mai 2019

Dainielis e sua pequena filha, no Espaço Amigável, em Boa Vista (Foto: Fabiane Guimarães/UNFPA Brasil)

A menor menção ao trabalho do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) faz os olhos da adolescente Dainielis Carmona, de 17 anos, brilharem. A jovem venezuelana, mãe de uma menina de 9 meses, deixou seu país junto ao companheiro e outros 13 familiares -- metade deles mulheres -- há cinco meses. Em Boa Vista, Roraima, ela encontrou abrigo, participou de oficinas sobre saúde sexual e reprodutiva, conversou com especialistas e fez, em suas próprias palavras, “grandes amigos” nos espaços coordenados pelo UNFPA. Ela agora se sente mais empoderada e fortalecida para se cuidar e cuidar de sua filha.

“Somos muito gratos pela atenção recebida. São pessoas muito boas, que naquele primeiro momento me disseram para não chorar, para ficar tranquila”, conta.

Dainielis praticamente não teve acesso a serviços de pré-natal em seu país e foi somente em território brasileiro que conseguiu acesso e acompanhamento especializado para ela e a criança. Garantir que ela recebesse atendimento na rede pública foi uma prioridade da equipe de assistência humanitária do UNFPA que a acolheu. “Na Venezuela, não havia leite nem remédios para minha filha. Meu parto em si foi muito complicado. Tive pré-eclâmpsia e o hospital não tinha nada, apenas o médico. Foi um parto seco”, ela relata. Somente após o nascimento da criança, ela e a família decidiram partir. Não foi uma decisão fácil.

“Foi doloroso, tivemos que deixar muitas pessoas. Mas precisávamos fazê-lo, porque não tínhamos condições”, relata sua mãe, Deyanira Hernandez, de 48 anos. Em Roraima, 13 abrigos coordenados pela Operação Acolhida recebem as pessoas migrantes e refugiadas temporariamente.

Dainielis não pretende ter outros filhos. Pelo menos, não por enquanto. Para isso, ela e seu companheiro tiveram acesso a informações sobre contraceptivos e receberam preservativos, disponibilizados em rodas de conversa e salas de atendimento coordenadas pelo UNFPA. “Agora quero ter minha estabilidade, planejar o futuro, ter um trabalho e continuar os estudos. Uma filha só está bom”, diz, sorrindo.