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Em carta e vídeo, 50 instituições pelos direitos das mulheres pedem mais investimento no enfrentamento à violência

Em carta e vídeo, 50 instituições pelos direitos das mulheres pedem mais investimento no enfrentamento à violência

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Em carta e vídeo, 50 instituições pelos direitos das mulheres pedem mais investimento no enfrentamento à violência

calendar_today 01 December 2021

Sala de Situação sobre Violência Baseada em Gênero tem apoio do Fundo de População da ONU (Reprodução)

Documento elaborado por instituições do Norte e Nordeste solicita, ainda, a ampliação de uma rede de enfrentamento à violência de gênero e a produção de dados sobre o assunto. As instituições fazem parte da Sala de Situação Norte e Nordeste sobre Violência Baseada em Gênero, uma iniciativa do Fundo de População da ONU.

 

Um grupo de 50 organizações da sociedade civil dos estados do Norte e Nordeste assinou uma carta de desafios solicitando aos governos que dediquem parte de seus orçamentos para o enfrentamento à violência contra a mulher. As instituições, que integram a Sala de Situação Norte e Nordeste sobre Violência Baseada em Gênero, apoiada pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), também produziram um vídeo jogral reforçando a necessidade de mais investimentos, por ocasião do Dia Internacional para Eliminação da Violência contra a Mulher, celebrado no último 25 de novembro. A carta foi apresentada, de forma virtual, a integrantes do sistema de justiça, como o judiciário, ANADEP e Ministério Público. 

O documento aponta uma série de dados mostrando como a violência de gênero aumentou durante a pandemia, especialmente para mulheres pobres, LBTs, negras, indígenas, com deficiência, entre outras em situação de maior vulnerabilidade. Segundo o Instituto Datafolha e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, cerca de 17 milhões de mulheres sofreram algum tipo de violência em 2020.  “Não falamos apenas de números, mas do apagamento de histórias, da violação de direitos, de perdas que provocam sofrimentos mentais, adoecimentos psíquicos e que impactam negativamente toda nossa sociedade”, diz um trecho da carta.

Além da criação de fundos municipais e estaduais com foco no enfrentamento à violência de gênero, as organizações sugerem o desenvolvimento de linhas de crédito específicas para sobreviventes de violência, a criação de mais Conselhos dos Direitos da Mulher e a inserção de mulheres em situação de vulnerabilidade nos programas de transferência de renda. Também são pedidos a criação de sistemas de produção de dados e informação, que deem visibilidade para a situação da violência de gênero, e a ampliação da rede de atendimento às mulheres sobreviventes, que atendam também cidades do interior e periferias.

A carta pode ser lida na íntegra aqui: https://www.abayomipb.com.br/wp-content/uploads/2021/11/UNFPA-Sala-de-S…

Cadê o dinheiro das mulheres?

As 50 organizações da Sala de Situação também produziram um vídeo-manifesto, em formato jogral, reforçando a necessidade de mais investimentos. Intitulado “Cadê o dinheiro das mulheres?”, o vídeo está disponível na plataforma do YouTube do UNFPA:

Remote video URL

 

Confira a letra do jogral:

 

Cadê o dinheiro das Mulheres?

 

Nós, mulheres do Norte e Nordeste

Estamos aqui representando todas as mulheres do Brasil

E queremos saber

Cadê o nosso dinheiro?

 

Dinheiro para enfrentar

Essa violência que agride, deteriora, estrangula

Discrimina e nos mata.

Essa violência cotidiana que nos deixa sem respirar

Cadê o dinheiro para o cuidar?

 

Dinheiro para investir

Em serviços públicos

Casa da Mulher Brasileira, Abrigo provisório e Patrulha Maria da Penha

Não basta criar

É necessário manter, fortalecer e equipar

Cadê o dinheiro para fazer funcionar?

 

Na pandemia,

Muitas de nós estivemos presas

Junto de nosso agressor

Mas como denunciar quando

Não há serviços ao dispor?

 

Enquanto as denúncias no Ligue 180 cresceram

O dinheiro gasto em ações e políticas baixou

Se a violência contra as mulheres cresceu

Por que o uso dos recursos não se intensificou

Investir nas mulheres é fortalecer sua autonomia,

É garantir o acolhimento, o apoio e a proteção,

O acesso à justiça e o direito de viver sem agressão

 

Se antes, a gente reivindicou

Hoje, a gente argumenta

Pois este é nosso direito,

Sem dinheiro, a violência não se enfrenta.

 

Por isso, nós mulheres da Sala de Situação de Enfrentamento à Violência Baseada em Gênero

Ecoamos o nosso grito em uma só voz,

Porque precisamos saber,

Cadê o dinheiro para nos proteger?