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Salvador - O Subsecretário Geral da ONU e Diretor Executivo do UNFPA, Fundo de População das Nações Unidas, Dr. Babatunde Osotimehin, visitou na manhã desta quinta-feira (20) as instalações do Instituto de Perinatologia da Bahia (IPERBA), em Salvador. O objetivo principal foi conhecer as ações e serviços ofertados na maternidade referência para gestações de alto risco - em especial no cuidado de adolescentes e jovens - e que trabalha para a melhoria da saúde das mulheres e redução do alto índice de mortes maternas na Bahia.

O local, que integra a rede pública de saúde do Estado da Bahia, conta com uma equipe multidisciplinar dedicada à implementação de vários programas e projetos de assistência, como: o parto humanizado, a interrupção da transmissão vertical do HIV e sífilis congênita, a assistência às mulheres vítimas de violência e atendimento especializado para gravidez na adolescência - que responde por 23% de todos os partos realizados no IPERBA.

Durante a visita, o Dr. Osotimehin foi informado sobre os desafios do estado baiano na garantia do atendimento de qualidade às gestantes, que enfrentam em todo o mundo o risco de óbito, na maioria das vezes por causas evitáveis. A Bahia tem uma das mais altas taxas de mortalidade materna no Brasil. E essa é uma realidade que o IPERBA está ajudando a mudar: entre 2009 e 2011 o Instituto não notificou mortes maternas;  em 2012, foi notificado apenas um caso.

Há mais de cinco anos o UNFPA é parceiro do Governo do Estado da Bahia e da Prefeitura Municipal de Salvador, por meio de cooperação em ações com foco no desenvolvimento da população, fortalecimento de iniciativas para diminuição das desigualdades sociais e promoção dos Direitos Humanos, dentre estes o direito humano à saúde. Desde 2009 o Iperba apóia o Fundo e a Prefeitura de Salvador na realização do Fórum Municipal pela Redução da Morte Materna; no ano passado, o Iperba desenvolveu, em parceria com O UNFPA, um workshop com profissionais de saúde sobre estratégias de comunicação para promover a saúde sexual e reprodutiva. 

Mortalidade Materna

Apesar dos avanços registrados, o Brasil corre o risco de não alcançar o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio 5 (ODM 5), que visa a melhoria da saúde das gestantes, cuja meta é a redução em três quartos da taxa de mortalidade materna até 2015. Para alcançar a meta, o Brasil precisa reduzir a razão de morte materna para 35 casos para cada grupo de 100 mil crianças nascidas vivas. O país reduziu o índice de mortes maternas em 55% desde 1990, de 140 casos para cada 100 mil nascidos vivos para 63,9 casos (dado relativo a 2011). Os investimentos em saúde na Bahia são fundamentais para que o índice baixe ainda mais e a meta seja alcançada. 

  • Mais de 90% das mortes maternas poderiam ser evitadas com atendimento adequado;
  • Principais causas de morte materna no Brasil: hipertensão arterial, hemorragia, infecções pós-parto, abortos inseguros e complicações cardiovasculares;
  • Danos causados por cuidados inadequados durante a gravidez, parto ou pós parto, atingem até 20 milhões de mulheres por ano em todo o mundo;
  • 287 mil mulheres e meninas morrem por ano no mundo devido a complicações relacionadas à gestação e ao parto. São quase 800 mulheres por dia;
  • O risco de uma mulher grávida de um país em desenvolvimento morrer de causas maternas é 15 vezes maior do que uma gestante de país desenvolvido;
  • Para evitar a morte materna é preciso garantir o acesso universal a informações, ações e serviços de saúde, sobretudo no campo da saúde sexual e reprodutiva;
  • Entre as mulheres de 10 a 49 anos, as principais causas de morte materna são a hipertensão gestacional e a hemorragia, sobretudo entre as mulheres negras.