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Uma nova era na luta contra a pobreza


Mensagem do Diretor Executivo do UNFPA, Dr. Babatunde Osotimehin, para o 17 de outubro, Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza  

O Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza tem um significado especial neste ano. No mês passado, a comunidade mundial adotou uma ambiciosa agenda universal que orientará o desenvolvimento para os próximos 15 anos. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que constituem o núcleo da Agenda 2030 e representam um nível de ambição totalmente novo. O que é mais notável: os países se comprometeram a erradicar a pobreza extrema completamente.

Para acabar com a pobreza, os países necessitam de sistemas de proteção social mais fortes e melhores. Mas, para que isso ocorra de forma sustentável, precisam criar muitos mais empregos. Até 2030 – a meta da nova agenda de desenvolvimento – necessitaremos criar 469 milhões de novos empregos. Será preciso criar aproximadamente 40% desses empregos em países menos desenvolvidos, que atualmente correspondem a apenas 1% do produto econômico mundial.

Muitos jovens que se unem a força de trabalho em seus países não podem ter um emprego remunerado. A maioria encontra emprego na economia informal – situação que capta até 70% de todo emprego em alguns países. Também se estima que 35% vivem com menos de um dólar, segundo a OIT, Organização Internacional do Trabalho.

A erradicação da pobreza requer políticas econômicas sólidas com empregos decentes que garantam a proteção social para melhorar o capital humano de jovens com o propósito de melhoras suas possibilidades de emprego.

Um aspecto essencial para o desenvolvimento do capital humano que não se pode descuidar é a atenção prestada de forma efetiva à saúde sexual e reprodutiva e aos direitos reprodutivos de todas as pessoas.

Jovens meninas são forçadas a se casar e muitas dão a luz ainda na adolescência. Muitas sofrem com a violência e a discriminação. Muitas abandonam os estudos e são negadas a ter participação na vida social, econômica e política de seu país.

A erradicação da pobreza extrema está totalmente vinculada à transição saudável de todos e todas para a idade adulta, caracterizada pela proteção de seus direitos humanos, incluindo seus direitos reprodutivos, e a possibilidade de transformar seus sonhos em realidade e desenvolver plenamente suas habilidades.

A atenção à saúde sexual e reprodutiva, incluindo o planejamento familiar e a prestação de serviços de contracepção, permite que as mulheres e meninas protejam a sua saúde e decidam quantos filhos(as) ter, quando e o espaçamento de tempo entre os nascimentos. Isso as empodera para estudar, trabalhar e tirar suas famílias da pobreza.

O empoderamento, a erradicação da pobreza e o emprego de pessoas jovens, em particular de adolescentes, são essenciais para que possam construir suas potencialidades efetivamente, assim como enriquecer suas comunidades e ajudá-las a ganhar um bônus demográfico para seus países.

O UNFPA, Fundo de População das Nações Unidas, segue empenhado em apoiar os mais pobres e vulneráveis, em empoderar mulheres e meninas, em facilitar o desenvolvimento das pessoas jovens e em ajudar os países a aproveitar efetivamente o bônus demográfico. Assim é como poderemos alcançar o fim da pobreza e garantir que ninguém seja deixado (a) para trás.
 

Tradução: Midiã Santana/UNFPA Brasil