Em agosto, os ciclos de capacitações oferecidos pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e pela ITAIPU Binacional bateram a marca de 285 profissionais alcançados no estado do Paraná. As atividades fazem do projeto Prevenção e Redução da Gravidez Não Intencional na Adolescência nos Municípios do Oeste do Paraná, firmado entre as duas organizações em 2018 e que hoje alcançam 51 municípios na região.
As capacitações iniciaram em junho, com o tema Adolescências e Direitos, e foram realizadas em duas das cinco microrregiões que compõem o projeto. Em julho foi realizado o segundo módulo, com o tema Corporalidades e Afetividades, nas mesmas duas microrregiões, que envolvem o total de 13 municípios. Em agosto, entre os dias 19 e 21, foram realizadas cinco oficinas simultaneamente – três do primeiro módulo e duas do terceiro, com o tema Adolescências e Diversidades. Assim, as capacitações completam o alcance dos 51 municípios participantes do projeto, com mais de 300 profissionais já capacitados.
Empatia e acolhimento
O principal objetivo do ciclo de oficinas é capacitar profissionais, em especial das áreas de saúde, educação e assistência social, para oferecer serviços diferenciados para adolescentes nos diferentes aparelhos públicos. Divididas em seis módulos, as capacitações buscam o fortalecimento da autoconfiança de profissionais da rede de atendimento, a formação com relação aos direitos e a construção de uma rede qualificada e acolhedora para adolescentes.
No módulo Adolescências e Direitos, as capacitações buscaram a construção de habilidades fundamentais para profissionais que atendem adolescentes, como olhar e escuta. O segundo módulo, com o tema Corporalidades e Afetividades, aprofunda o entendimento sobre o lugar do corpo, sexualidade e afeto nas vivências e relações humanas, em uma perspectiva das fases do ciclo de vida. Já o terceiro módulo busca esclarecer questões ligadas às diversidades, livre de julgamentos e preconceitos.
“Adolescentes possuem direitos próprios do ciclo de vida. É nessa fase que demandam atenção e cuidado, assim como informações confiáveis sobre seus corpos, sua saúde e sua sexualidade. Muitas vezes, profissionais que trabalham diretamente com este público não se sentem seguros para tratar de alguns temas, que acabam virando tabu. Com as capacitações, buscamos trazer mais segurança a essa rede de profissionais, para que adolescentes possam se sentir seguros e acolhidos em todos os serviços e espaços a quem têm direito e acesso”, afirma a oficial de programa do UNFPA para o tema de Saúde Reprodutiva e Direitos, Anna Cunha.
Melhoria no atendimento
Presente em duas das três capacitações oferecidas para o município de Foz do Iguaçu, o ginecologista Maurizio Cerino afirma que as oficinas têm atendido a uma demanda importante e bastante presente no dia a dia de profissionais da área de saúde. “Em nosso município, temos índice bastante elevado de gravidez na adolescência, mas não havia, até então, um programa para capacitar os profissionais para oferecer uma atenção diferenciada a este público”, destaca. “Hoje, a gente percebe, por exemplo, que a menina não quer o mesmo ginecologista que atende sua mãe, porque ele não fala a linguagem dela. Essas capacitações têm nos ajudado a ter uma visão diferente, a entender o público adolescente melhor e a saber como ter uma abordagem mais amigável no serviço de saúde”, completa o médico.
Temas de demanda local
As oficinas fazem parte do eixo Saúde do projeto conjunto entre UNFPA e ITAIPU Binacional. Todas as capacitações têm sido construídas a partir de visitas feitas aos municípios participantes do projeto, assim como demandas de profissionais de diferentes áreas envolvidas com a iniciativa. No total, estão previstos seis módulos de capacitação, que serão oferecidas até o final de 2019.
Iniciado em 2018, o projeto Prevenção e Redução da Gravidez Não Intencional na Adolescência nos Municípios do Oeste do Paraná também prevê ações em Educação, Gestão do Conhecimento e Comunicação. As ações têm foco no desenvolvimento socioeconômico, criando e ampliando oportunidades para que adolescentes e jovens ajudem na construção de serviços acolhedores de saúde e também tenham garantidas condições de ampliar suas habilidades para a vida e competências socioemocionais.
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