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Pouco mais de dois anos após a descoberta dos primeiros pacientes infectados por COVID-19, o mundo se deparou com uma nova doença infecciosa. Identificada inicialmente como “monkeypox”, os primeiros casos são noticiados no mundo em maio de 2022.

Traduzida por veículos de mídia e organismos públicos brasileiros como “varíola dos macacos”, o vírus passou a ser motivo de preocupação no Brasil e em diversos países dadas as incertezas sobre suas características como sintomas, prevenção e risco de óbito. Além desse receio, no entanto, havia outro que passou a ser percebido, de forma paralela à disseminação do vírus, por organizações de defesa dos Direitos Humanos, grupos LGBTI+ e de defesa da saúde: o risco do estigma que a doença poderia gerar contra pessoas LGBTI+.

De fato, os primeiros registros sobre este tipo de varíola datam da década de 1950, e foram identificados em animais como símios e roedores (conforme dados da OMS) em território africano, retornando com novos casos (e dados formais sobre óbitos) vinte anos mais tarde, já em 1970. Porém, o mundo entrou em estado de alerta em 2022 de modo mais enfático com a descoberta de novos casos. Na medida em que as primeiras pesquisas e projeções sobre a doença eram tornadas públicas, foi possível identificar uma prevalência inicial do contágio entre homens gays, homens bissexuais e homens que realizam sexo com outros homens. Rapidamente, porém, essa prevalência foi tomada por diferentes setores da sociedade como argumentar que a monkeypox era um vírus que contamina apenas pessoas LGBTI+.

A pesquisa abrange atores em cena no que tange à “monkeypox”, divididos aqui em categorias que possibilitariam, em nosso entendimento, análises precisas sobre o papel de cada grupo, ações ou omissões, abordagens e contribuições, tanto para o enfrentamento da doença em sentido estrito (como no caso de órgãos oficiais de saúde e monitoramento de doenças, como o Ministério da Saúde no Brasil ou a Organização Mundial da Saúde, agência da ONU responsável por direcionar a saúde internacional a partir do Sistema das Nações Unidas), como para a difusão de informações corretas e preventivas sobre ela.