Ação realizada em parceria entre o Fundo de População da ONU, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC) também promoveu atividades formativas sobre a importância da conferência e do enfrentamento ao racismo por meio do projeto “As Cores e Vozes da Periferia e os 20 anos de Durban”, uma ação da Estratégia Vidas Negras
No mês em que se celebra Novembro negro e o Dia da Consciência negra, três oficinas de grafite foram realizadas em Recife (PE) e Salvador (BA) para sensibilizar a sociedade sobre a importância do enfrentamento ao racismo e da Conferência de Durban, que em 2021 completa 20 anos. Utilizando a arte como veículo de expressão, jovens da periferia escolhidos para a ação passaram por capacitações sobre arte urbana e Durban, durante as quais ampliaram seus conhecimentos sobre os impactos da conferência e as contribuições sociais, históricas, políticas e econômicas da população negra. No fim das oficinas, um mural em cada um dos três territórios (um em Recife e dois em Salvador, nos bairros de Aquibadã e Tancredo Neves/Beiru) foi grafitado com o tema de Durban.
O projeto “As Cores e Vozes da Periferia e os 20 anos de Durban” é realizado em parceria entre o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC) e forma parte da Estratégia Vidas Negras de responsabilidade do Sistema ONU Brasil. Em março deste ano, o projeto já havia promovido uma batalha poética virtual, chamada de slam, também com foco prioritário nas juventudes negras.
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Na Conferência de Durban, realizada na África do Sul, governos de 173 países reconheceram a perversidade do racismo e da discriminação, assim como os impactos do tráfico transatlântico de pessoas escravizadas, e se comprometeram com uma agenda internacional de ação com envolvimento ativo da sociedade civil. Várias iniciativas no Brasil foram reflexos diretos de Durban, como o Estatuto da Igualdade Racial, a inclusão do critério raça e cor no Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) e a instituição de cotas raciais em concursos e universidades públicas. Vinte anos depois, contudo, o racismo ainda é uma realidade que limita o acesso da população negra a oportunidades e que coloca, inclusive, a vida da juventude negra em risco.
Segundo a representante auxiliar do Fundo de População da ONU, Júnia Quiroga, ações como as duas oficinas de grafite dão visibilidade à arte das pessoas afrodescendentes e promovem importantes reflexões sobre o enfrentamento ao racismo, além de ocuparem os territórios com beleza e arte. “É importante notar que muitas das pessoas jovens que participam destas ações nasceram depois da Conferência de Durban. Eles e elas puderam vivenciar muitos dos avanços que foram possíveis por conta da conferência e são fundamentais para que o progresso continue. Somente com a participação da juventude será possível estabelecer novos caminhos e influenciar o debate público sobre a importância do enfrentamento ao racismo”, afirma.
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Ao total, as três oficinas reuniram cerca de 60 jovens. Em Recife, a ação recebeu apoio da Secretaria Executiva de Juventude de Recife e do Coletivo Ibura Mais Cultura. Em Salvador, a iniciativa contou com a parceria local do Programa Corra para o Abraço (SJDHDS - Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social do Estado da Bahia), da SEPROMI (Secretaria de Promoção de Igualdade Social do Estado da Bahia) e da SEMUR (Secretaria Municipal de Reparação Social de Salvador).