UNFPA promove assistência, insumos e informação para meninas e mulheres impactadas pelas enchentes do Rio Grande do Sul

Com apoio dos governos federal, estadual e municipais, o UNFPA atua em dois eixos prioritários: enfrentamento à violência baseada no gênero e assistência à saúde sexual e reprodutiva

PORTO ALEGRE, Rio Grande do Sul - Desde abril de 2024, o estado do Rio Grande do Sul recebeu volumes de chuva que impactaram 469 dos 497 municípios do estado. O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) atua junto ao governo federal, estadual e municipal para responder à catástrofe causada pelas enchentes, a partir do projeto Emergency Fund, em especial no enfrentamento à violência baseada no gênero e assistência à saúde sexual e reprodutiva.

“Sabemos que a violência baseada no gênero tende a se intensificar em contextos de crise, e é fundamental manter nossa atenção voltada para essas vulnerabilidades. O UNFPA tem o compromisso de não deixar ninguém para trás, garantindo que os serviços de proteção a violência baseada no gênero (VBG) e saúde sexual e reprodutiva cheguem às pessoas que mais precisam, especialmente mulheres e meninas em situação de risco ou sobreviventes de VBG”, menciona Jaqueline Oliveira, assistente de proteção e especialista em VBG do UNFPA.

O Emergency Fund tem como objetivo prestar apoio em duas áreas: assistência em saúde sexual e reprodutiva, implementada pelo Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (COSEMS/RS), e apoio no enfrentamento à violência baseada no gênero, com implementação direta.

Eixo de enfrentamento à violência baseada em gênero

Para fortalecer as capacidades dos sistemas locais, dez assistentes de proteção estão trabalhando na linha de frente prestando atendimento e apoio a populações em risco e sobreviventes de violência baseada em gênero nas redes públicas estaduais e municipais em espaços como Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Centro de Referência de Atendimento à Mulher, Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e nos Centros Humanitários de Acolhimento (CHA).

O UNFPA doou 4.800 kits dignidade para que mulheres e meninas em situação de vulnerabilidade tenham acesso a itens básicos de higiene e autocuidado. Os kits incluem creme dental, escova de dentes, sabonete, shampoo, pente, desodorante, toalha de rosto, pacotes de absorventes higiênicos noturnos e uma lanterna recarregável, além de materiais informativos sobre enfrentamento a violência baseada no gênero.

“Meninas que têm seus direitos básicos respeitados e suas necessidades atendidas tendem a se sentir mais confiantes e capacitadas. Elas se tornam mais conscientes de seus direitos e mais capazes de reivindicá-los, o que é fundamental para seu desenvolvimento pessoal e social”, afirma Carina Bernadi, Diretora do Departamento de Política para as mulheres da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) do Rio Grande do Sul, terceira da esquerda para direita.

O secretário adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDES), Gustavo Saldanha, destacou que o trabalho conjunto possibilita que as pessoas sobreviventes das enchentes e que também as equipes dos territórios recebam capacitações nos CRAS, CREAS e alojamentos provisórios. “Essa capacitação vai ajudar a prevenir, a mitigar e responder as violências baseadas no gênero de forma que a gente propague informações que salvam vidas, fortalecendo as capacidades locais para que consiga dar uma resposta mais rápida e proteger sobreviventes e comunidade no geral”, destacou o secretário.

Eixo de assistência à saúde sexual e reprodutiva

Implementado em parceria com o Conselho de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS), o eixo de assistência em saúde sexual e reprodutiva fornece informações vitais relacionadas a cuidados pré-natais para mulheres grávidas, aconselhamento e distribuição de contraceptivos para mulheres em idade reprodutiva, bem como testes de HIV/IST e vinculação a serviços de saúde para início imediato do tratamento. O projeto pretende alcançar mulheres, adolescentes e meninas em Porto Alegre e outros municípios da região metropolitana, incluindo o Vale do Taquari.

A Emergência do Rio Grande do Sul

Em 1o de maio de 2024, o governo do Rio Grande do Sul decretou calamidade pública no território do Estado do Rio Grande do Sul. O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, emitiu um comunicado expressando sua solidariedade e determinando que a equipe das Nações Unidas estivesse no terreno. Até agora, foram 2.398.255 pessoas impactadas e 2.281 pessoas desabrigadas.