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Projeto inscrito por organização no edital do UNFPA, Nas Trilhas de Cairo, visou fortalecer a comunicação da organização. 

Por Anaís Cordeiro

O coletivo feminista Cunhã é uma das organizações apoiadas pelo edital Nas Trilhas de Cairo, voltado para o fortalecimento institucional de organizações da sociedade civil. Com uma história de mais de 30 anos dedicados à formação político-social, incidência política, mobilização social, produção de conhecimento, e suporte às mulheres e jovens em situação de vulnerabilidade social em contextos rural e urbano da Paraíba, a organização segue como uma referência de mobilização e educação para contribuir com a equidade e igualdade de gênero. 

Através do edital do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), a organização se manteve ativa, mesmo em meio a pandemia de COVID-19. Na primeira edição do edital, o coletivo realizou principalmente atividades educacionais virtuais, o acompanhamento de mulheres em situação de vulnerabilidade, e a 1ª Edição do Concurso de Expressões Artísticas Pela Vida das Mulheres, entre outras atividades.  

Novamente contemplada na segunda edição do edital, a Cunhã seguiu seu fortalecimento para a incidência política e atuação em redes, realizando ações em conjunto com outras organizações e movimentos de mulheres do Brasil, como o Julho das Pretas. Também reativou o website da organização, promoveu o Ciclo de Debate sobre Justiça Reprodutiva com mais de 50 inscritas, e a 2ª Edição do Concurso de Expressões Artísticas.

O concurso de Expressões Artísticas Pela Vida das Mulheres incentiva a criação de trabalhos artísticos que promovam a reflexão e informação sobre direitos sexuais e reprodutivos. O concurso artístico e o evento de divulgação dos resultados da competição, fazem parte das comemorações do Dia de Luta Contra Descriminalização do Aborto na América Latina e Caribe, celebrado em 28 de setembro. A edição deste ano teve 18 inscritas. 

Jô Pontes, assessora de comunicação e educadora na Cunhã, conta que um dos objetivos principais com a proposta aprovada era fortalecer a comunicação, o que expandiu o trabalho delas: "A gente conseguiu se articular e se reinventar através das redes sociais", diz. Ela mesma é uma amostra do trabalho sólido desenvolvido pela organização ao longo dos anos, e da renovação possibilitada pelo apoio do UNFPA. Jô conheceu a organização em 2006, atuou como estagiária por 3 anos, e agora jornalista, atua na comunicação da organização e também nas formações de outras ativistas, assim como ocorreu com ela. "Meu primeiro contato com o feminismo foi aqui na Cunhã", relembra. 

Ela destaca ainda que não só o apoio financeiro, mas que as formações oferecidas pelo UNFPA, e o contato com outras organizações, foram experiências que também fortaleceram o coletivo e as fizeram vislumbrar outras possibilidades de atuação. "Um diálogo que fizemos sobre justiça reprodutiva impulsionou a gente a pensar em uma realidade juntas", conta sobre uma das formações que fizeram em conjunto com outras organizações apoiadas pelo edital. 

Jô complementa também que com uma maior segurança organizacional, as integrantes da Cunhã puderam se dedicar a momentos de reflexão e cuidado. "Criamos momentos de autocuidado pra gente parar, dialogar sobre as nossas vidas. E com esse cuidado, estamos nos fortalecendo juntas", conta.