Go Back Go Back
Go Back Go Back
Go Back Go Back

Sociedade civil entrega carta pela vida das mulheres ao Consórcio Nordeste

Sociedade civil entrega carta pela vida das mulheres ao Consórcio Nordeste

News

Sociedade civil entrega carta pela vida das mulheres ao Consórcio Nordeste

calendar_today 13 July 2020

A secretária Julieta Palmeira representou o Consórcio Nordeste (Reprodução/Zoom)

Representando o Consórcio Nordeste, grupo que reúne os governos de estado da região nordeste em ações conjuntas de desenvolvimento, a secretária de Políticas para as Mulheres da Bahia, Julieta Palmeira, participou do terceiro encontro da Sala de Situação sobre Violência Baseada em Gênero, espaço de diálogo e articulação da sociedade civil do Nordeste apoiado pelo UNFPA. Na ocasião, as organizações que integram a iniciativa apresentaram à secretária a Carta pela Vidas das Mulheres, documento no qual pedem medidas de proteção às mulheres em risco de violência do Nordeste.

A carta, que está recolhendo assinaturas de adesão na internet, foi apresentada pela integrante do Centro de Defesa da Mulher de Alagoas, Paula Lopes. No texto, as organizações reafirmam o risco de aumento da violência doméstica durante a quarentena, e destacam que “as mulheres de periferia e do campo, entre outras, possuem mais dificuldades para denunciar e falar sobre a violência que estão sofrendo e que o atendimento online, quando disponível, não oferece acolhimento”. 

O textos pede, entre outras coisas, que sejam feitas campanhas que identifiquem os canais de denúncia e informem as mulheres sobre como acessá-los, que as redes de proteção sejam aperfeiçoadas por meio do sistema de justiça e que os serviços sejam feitos efetivamente de forma remota.  Após a apresentação simbólica, o documento será agora entregue de forma oficial ao consórcio.

 A secretária Julieta Palmeira agradeceu a leitura da carta, que descreveu como muito importante, e aproveitou para fazer uma exposição da situação da violência contra a mulher nos vários estados do Nordeste, aproveitando para destacar o possível crescimento da subnotificação. Secretárias e gestoras de políticas para mulheres de outros seis estados também participaram da reunião, como ouvintes, a saber: a secretária Lídia Moura, da Paraíba, a coordenadora estadual Zenaide Lustosa, do Piauí, Dilma Pinheiro, de Alagoas, a Secretária Executiva Denise Aguiar, do Ceará, a secretária Silvia Cordeiro, de Pernambuco, e a secretária adjunta  do Maranhão, Kari Guajajara.

De acordo com os dados apresentados por Julieta Palmeira, alguns estados, como a Bahia, apresentaram crescimento no número de feminicídios entre abril e maio, comparado ao mesmo período de 2019. Outros apresentaram reduções. É possível perceber, ainda, queda nos registros feitos por canais de atendimento à mulher e nos pedidos de medidas protetivas em quase todos os estados.

“A pandemia atinge todo mundo, mas impacta algumas pessoas de forma diferente, e o aumento da violência doméstica é uma evidência científica. O aumento da subnotificação nos preocupa, isso pode acontecer porque os órgãos estão com horários reduzidos, porque as tensões dentro de casa aumentaram. É uma pandemia silenciosa”, destacou Julieta Palmeira.

De acordo com a secretária, o Consórcio Nordeste já está providenciando a implementação de ações que possam ajudar na proteção. “Muitas mulheres não podem ligar e fazer denúncias por áudio, então estamos estudando formas, como atendimento digital, delegacias virtuais por WhatsApp e registro de ocorrências on-line”, disse a secretária.

“Podemos perceber, a partir dos dados apresentados, um movimento  atípico. Em alguns lugares, os registros cresceram, e logo em seguida diminuíram. Esse movimento pode sim demonstrar um aumento da subnotificação e sinalizar uma dificuldade das mulheres em acessar os serviços, pode haver também muitas mulheres sofrendo violência pela primeira vez. É muito importante fazer uma análise dessas informações”, destacou a oficial de Programa para Equidade de Gênero, Raça e Etnia do UNFPA, Rachel Quintiliano.

A Sala de Situação foi criada para reunir, com mediação do Fundo de População da ONU, importantes organizações da sociedade civil do Nordeste. O objetivo é discutir o impacto da pandemia entre as mulheres e como desenvolver ações de enfrentamento à violência baseada em gênero.