Na última sexta-feira, 16 de agosto, aconteceu no Centro de Convivência e Atendimento Psicossocial em Boa Vista o primeiro encontro para discutir e sensibilizar as mães sobre a importância do aleitamento materno. A iniciativa foi proposta em alusão à Semana Mundial de Aleitamento Materno e coordenada pelo parceiro implementador Exército de Salvação, em parceria com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e com apoio da União Europeia.
O convite foi realizado a partir de uma pré-avaliação de necessidades dentro de um dos abrigos que fazem parte da Operação Acolhida, o qual apresentava maior quantidade de mulheres gestantes e lactantes. As mulheres já identificadas foram convidadas pessoalmente para participar desta ação, junto com a equipe técnica do Centro.
O objetivo foi conversar com as mães sobre o valor que o leite materno tem como alimento essencial que ajuda no desenvolvimento da criança, protegendo principalmente a saúde. Foi reforçada a importância de manter o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida da criança, bem como ofertadas dicas sobre esse período tão especial tais como a postura da mãe e do bebê na hora de amamentar. A amamentação é uma valiosa oportunidade de contato entre mães e filhos, e é importante que as mães tenham o apoio de seu entorno -- companheiros ou familiares -- para vivenciar o momento com tranquilidade.
A oficina foi ministrada em parceria com o Banco de Leite Humano do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, contando com a participação da psicóloga Luciana Assunção, que afirmou que o objetivo foi fornecer informações sobre a importância, responder dúvidas e dar orientações com relação ao aleitamento. A possibilidade e benefícios potenciais da doação do leite humano também foi comunicada. “As crianças que estão na UTI da maternidade muitas vezes não têm como receber o leite direto da mãe ou a mãe, por algum motivo, não pode amamentar. Às mães que têm excedente de leite, nós pedimos que doem esse excesso. Só é preciso fazer um cadastro, fazer os exames correspondentes que buscamos o leite”, afirmou.
Em contexto de emergências humanitárias, o UNFPA trabalha para garantir ações que promovam a saúde sexual e reprodutiva das pessoas em deslocamento forçado, principalmente mulheres, gestantes e lactantes, pessoas LGBTI, pessoas idosas, com deficiência, entre outras com necessidades específicas de proteção. A saúde materna está entre elas: segundo o último Relatório sobre a Situação da População Mundial, todos os dias, 800 mulheres e meninas morrem no mundo por falta de condições adequadas e acesso a serviços obstétricos. O Fundo de População trabalha para garantir informações e acesso à rede pública de serviços.
A cada semana, são realizadas diferentes atividades dentro do Centro de Convivência e Atenção Psicossocial, que envolvem o trabalho direto com as mulheres migrantes que se encontram na cidade, mas que também são abertas para toda a população local interessada.