Representantes de governos, sociedade civil e organismos internacionais se reuniram nesta quinta-feira 26, em Brasília, na Casa da ONU, para o Seminário “Diálogos Estratégicos sobre Mudança do Clima, Erradicação da Pobreza e Desenvolvimento Humano”.
No evento, os participantes discutiram como promover políticas para diminuir os efeitos adversos da mudança do clima, com base Agenda 2030 e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Na abertura do seminário, realizado pelo Sistema ONU no Brasil, com apoio do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), ONU Meio Ambiente, e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o coordenador residente interino da ONU no país e diretor de país do PNUD, Didier Trebucq, ressaltou que a mudança do clima afeta diretamente a capacidade de desenvolvimento dos países.
“Desastres naturais levam 24 milhões de pessoas por ano à pobreza e estão diretamente ligados à mudança do clima. O desenvolvimento dos países e a erradicação da pobreza sofrem com os impactos da mudança do clima. Mas devemos reconhecer todos os esforços que o governo brasileiro tem feito. Quando o Brasil anunciou, em setembro de 2015, uma meta de redução das emissões de 37% em 2025, em relação aos níves de 2005, foi um dos únicos países em desenvolvimento a assumir uma meta absoluta de redução”, disse Didier Trebcuq.
Na avaliação do diretor do Departamento de Políticas em Mudanças do Clima do Ministério do Meio Ambiente, José Miguez, que participou da abertura do evento, políticas públicas integradas fortalecem o combate à mudança do clima. “O Acordo de Paris é um chamado para a reflexão sobre o tema. É uma mudança de direção. Além do esforço global de cooperação internacional, há as obrigações nacionais. Nosso esforço é reduzir as emissões, para gerar oportunidades, inovação e empregos”, afirmou. Segundo o diretor do escritório da CEPAL no Brasil, Carlos Mussi, “a mudança do clima, a erradicação da pobreza e o desenvolvimento humano estão diretamente conectados”. Segundo ele, “temos que pensar de forma integrada para termos sinergia nas ações que fortalecem o desenvolvimento, de maneira holística”.
O representante adjunto do UNFPA, Yves Sassenrath, destacou que a formulação de políticas públicas deve gerar mudança de padrões. “A desigualdade não é somente o que as pessoas têm, a desigualdade é o que as pessoas conseguem ou não fazer. Populações rurais e que vivem próximas às florestas, por exemplo, estão em situação de maior vulnerabilidade. São informações importantes para levarmos em conta para inspirarmos as políticas públicas e fazermos uma mudança significativa e sustentável”, afirmou.
A representante da ONU Meio Ambiente no Brasil, Denise Hamú, encerrou o seminário. Ela ressaltou que a série de “Diálogos Estratégicos sobre Mudança do Clima” é fundamental para disseminar iniciativas e boas práticas em curso no país. “Essa iniciativa, que nasceu no contexto da Equipe de País da ONU, é fundamental para trazermos parceiros aos debates, discutirmos projetos em andamento e o conhecimento gerado em diversas áreas”, ressaltou.