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Sem ação urgente, mundo perderá a meta de acabar com a mutilação genital feminina até 2030

Sem ação urgente, mundo perderá a meta de acabar com a mutilação genital feminina até 2030

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Sem ação urgente, mundo perderá a meta de acabar com a mutilação genital feminina até 2030

calendar_today 02 February 2023

A Diretora Executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem, e da Diretora Executiva do UNICEF, Catherine Russell. Foto: ©UNFPA/©UNICEF
A Diretora Executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem, e da Diretora Executiva do UNICEF, Catherine Russell. Foto: ©UNFPA/©UNICEF

Declaração conjunta da Diretora Executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem, e da Diretora Executiva do UNICEF, Catherine Russell, no Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina

NOVA YORK, 6 de fevereiro de 2023 – Este ano, 4,3 milhões de meninas correm o risco de sofrer mutilação genital feminina, de acordo com as últimas estimativas do UNFPA. A previsão é que esse número chegue a 4,6 milhões até 2030, uma vez que conflitos, mudanças climáticas, aumento da pobreza e desigualdade continuam a impedir os esforços para transformar as normas sociais e de gênero que sustentam essa prática prejudicial e interrompem os programas que ajudam a proteger as meninas.

A mutilação genital feminina (MGF) viola os direitos de mulheres e meninas e limita suas oportunidades futuras em saúde, educação e renda. Enraizado na desigualdade de gênero e desequilíbrios de poder, é um ato de violência de gênero que prejudica o corpo das meninas, compromete seu futuro e põe em risco suas vidas.

Mas, sabemos que a mudança é possível. Faltando apenas oito anos para atingir a meta global de eliminação da MGF, apenas uma ação coletiva e bem financiada através de um grupo diversificado de partes interessadas pode acabar com essa prática prejudicial.

Mudar as normas sociais e de gênero que incentivam a mutilação genital feminina é fundamental. Homens e meninos são aliados poderosos nesse esforço. Cada vez mais, eles estão desafiando a dinâmica de poder dentro de suas famílias e comunidades e apoiando mulheres e meninas como agentes de mudança.

O Programa Global Conjunto UNFPA-UNICEF para a Eliminação da MGF apoiou mais de 3.000 iniciativas nos últimos cinco anos, onde homens e meninos defendem ativamente o fim da prática.

Estamos testemunhando uma oposição significativa de homens e meninos à mutilação genital feminina em muitos países. Na Etiópia, por exemplo – um país com uma das taxas mais altas de MGF do mundo – a oposição masculina à prática é de 87%, de acordo com uma análise recente do UNICEF.

Este ano, no Dia Internacional da Tolerância Zero à mutilação genital feminina, apelamos à comunidade global para:

  • Fazer parcerias, envolvendo homens e meninos para mudar as relações de poder desiguais e desafiar as atitudes e comportamentos causados pela desigualdade de gênero que levam à mutilação genital feminina.
  • Integrar abordagens transformadoras de gênero e mudança de normas sociais em programas anti-MGF.
  • Investir em políticas e legislação em nível nacional que protejam os direitos de meninas e mulheres, incluindo o desenvolvimento de planos de ação nacionais para acabar com a MGF.

O dia de hoje é um lembrete da necessidade urgente de esforços ainda mais direcionados e coordenados para tornar realidade nosso objetivo comum de acabar com a mutilação genital feminina. Devemos trabalhar em conjunto com todas as partes interessadas - incluindo homens e meninos - para proteger os milhões de meninas e mulheres em risco e condenar essa prática à história.

Sobre o Programa Conjunto UNFPA-UNICEF

O Programa Conjunto UNFPA-UNICEF para a Eliminação da Mutilação Genital Feminina: Cumprindo a Promessa Global trabalha para eliminar a mutilação genital feminina por meio de intervenções em 17 países onde a prática é prevalente. O programa cria oportunidades para meninas e mulheres realizarem seus direitos em saúde, educação, renda e igualdade para ajudar a acabar com os desequilíbrios de poder que sustentam essa prática prejudicial.