Ações voltadas para mulheres são realizadas desde 2018 e ganham maior destaque na assistência humanitária neste ano
O ano de 2021 começou marcado pelo agravamento da pandemia de COVID-19 e indicadores relacionando a doença a um aumento no risco de violência doméstica e dificuldade no acesso a métodos contraceptivos. Como parte da resposta a esse cenário, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) irá priorizar em sua atuação nos estados de Amazonas e Roraima, ações de promoção da saúde da mulher e de enfrentamento da violência baseada em gênero.
Desde 2017 o UNFPA está presente na resposta humanitária em Roraima e atua em Manaus desde 2019. A estratégia para 2021 é uma resposta ao contexto global e local, sem perder de vista os três objetivos estratégicos da organização para 2030: zero necessidades insatisfeitas de contracepção, zero mortes maternas evitáveis e zero violências ou práticas nocivas contra mulheres e meninas.
Saúde da Mulher
Para o ano de 2021, a área de Saúde Sexual e Reprodutiva (SSR) do UNFPA, em Roraima e no Amazonas, se organizou para ampliar sua atuação junto aos gestores públicos, agregando as experiências acumuladas nos anos anteriores, no sentido de fortalecer as capacidades locais do sistema de saúde em ofertar serviços.
Entre os principais eixos de ação, está a organização conjunta em Roraima e Manaus de um curso de atualização em emergências obstétricas, que deverá abranger tanto a rede primária de atendimento, como as equipes das maternidades.
Em relação às mulheres migrantes e refugiadas de origem indígena, serão aprimoradas as ações de orientação, assistência e vinculação destas com serviços de saúde, incluindo a contratação de mais facilitadoras culturais nas cidades de Pacaraima e Manaus, ampliando a ação iniciada em 2020 em Boa Vista. “Iremos realizar esse processo a partir do diagnóstico sobre as necessidades específicas de saúde sexual e reprodutiva das mulheres indígenas Warao, Eñepa e Pemon presentes em Boa Vista e Manaus, que está sendo realizado por uma antropóloga de origem Macuxi”, explica Astrid Bant, Representante do UNFPA no Brasil.
Outra ação prioritária em 2021 será o aprimoramento do acesso das pessoas migrantes e refugiadas à testagem e tratamento para o HIV, associados aos insumos de prevenção disponibilizados no SUS, como preservativos internos e externos e a Prevenção Pré-Exposição (PREP).
Prevenção e enfrentamento da violência baseada em gênero
O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) segue atuando para ampliar e fortalecer as capacidades locais de proteção e enfrentamento para casos de violência de gênero, principalmente quando afeta a população feminina.
Também atua com os governos estaduais de Roraima e Amazonas, e municipais das cidades de Boa Vista, Pacaraima e Manaus, com ênfase no fortalecimento das redes locais de justiça, assistência social e psicossocial.
O UNFPA também atua na liderança do Subsetor da área de enfrentamento a violência de gênero na Operação Acolhida e na Plataforma R4V (Resposta para a Venezuela), além de articular os Núcleos Regionais de Interiorização das cidades que recebem a população refugiada e migrante para a troca de experiências bem sucedidas.
Segundo a Representante do UNFPA no Braisl, Astrid Bant, “esperamos seguir como agência líder na resposta à Violência Baseada em Gênero na emergência humanitária em Roraima e Amazonas, garantindo e ampliando, o acesso e proteção de pessoas sobreviventes de violência sexual e baseada em gênero, além de fortalecer a liderança e o empoderamento da população vulnerabilizada”.
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