O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) participou de uma roda de conversa com 20 pessoas LGBTI migrantes e refugiadas, em São Paulo, com o objetivo de entender os desafios enfrentados no acesso a serviços no país, bem como promover a integração e a resiliência comunitária. A atividade foi desenvolvida na última sexta-feira, 17, ocasião em que foi comemorado o Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia, e foi realizada em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a Cáritas.
Em casos de emergências humanitárias, o UNFPA é o órgão do Sistema ONU responsável por prevenir e oferecer respostas para a violência sexual e a violência de gênero, além de garantir o pleno acesso a serviços em saúde sexual e reprodutiva, que inclui saúde materna e planejamento reprodutivo.
As pessoas participantes eram de países diversos como Venezuela, Colômbia, Espanha, Palestina, entre outros. De acordo com a oficial de programa para Assuntos Humanitários do UNFPA, Irina Bacci, a conversa foi esclarecedora para obter um diagnóstico sobre a situação e fomentar futuras ações em saúde sexual e reprodutiva. Um ponto muito abordado foi a questão da segurança. “Percebemos que, ainda que São Paulo seja uma metrópole, não é em todos lugares que essas pessoas se sentem seguras. Ainda há muita hostilidade e discriminação. Foram muitos os relatos de violência vivenciada, independente da nacionalidade”, observou.
Animado, o grupo sugeriu ações de melhoria, como a criação de uma linha telefônica para onde as pessoas migrantes e refugiadas LGBTI possam ligar e obter informações relacionadas a serviços no país e lugares seguros. Uma segunda rodada de conversas deve ser marcada para junho.
Integração
Segundo Irina, a conversa vai subsidiar encaminhamentos futuros de forma a melhorar a permanência do público LGBTI em deslocamento. O UNFPA trabalha, no contexto de assistência humanitária, promovendo a garantia da saúde sexual e reprodutiva e prevenindo a violência baseada em gênero, não só das pessoas LGBTI, mas também de mulheres, mulheres grávidas, jovens, pessoas com deficiência, pessoas vivendo com HIV e idosas, entre outras com necessidades específicas.
Em Roraima, o Fundo participa das três fases da Operação Acolhida, estratégia do governo federal em parceria com o Ministério da Defesa -- por meio das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) -- responsável por recepcionar os recém-chegados.
O encontro em São Paulo também serviu ao propósito de criação de laços entre a própria comunidade. “Um dos objetivos era promover a criação de vínculos, para que eles possam criar uma rede de integração e se apoiarem mutuamente. Juntos podem lutar por melhores políticas públicas e criarem resiliência comunitária”, observou a oficial do UNFPA.