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Iniciativa do Fundo de População das Nações Unidas garantiu a mais de 37 mil mulheres  informações e serviços de apoio

Em resposta ao aumento do número de casos de violência baseada em gênero no contexto da pandemia, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) criou um espaço virtual que contém informações como endereços, telefones e até aplicativos - quando disponíveis - de mais de 1.500 serviços de apoio, proteção e enfrentamento à violência baseada em gênero. Este espaço é a Plataforma Mulher Segura (PMS), lançada pelo UNFPA em 2020, com o apoio das embaixadas do Canadá e Países Baixos.

O projeto agrega informação de todo o Brasil sobre serviços como delegacias da mulher, Casa da Mulher Brasileira, varas da família, organizações da sociedade civil, entre outros, de maneira acessível a partir de qualquer aparelho com acesso mínimo à internet. Apenas nos últimos 12 meses, mais de 37 mil mulheres utilizaram o serviço, visualizando cerca de 244 mil páginas dentro da plataforma. O resultado alcançado pelo projeto foi apresentado na segunda-feira (22) para representantes das embaixadas do Canadá e Países Baixos, financiadores da iniciativa. Também estiveram presentes representantes das embaixadas da Suécia, Bélgica, Reino Unido, Luxemburgo e União Europeia, bem como representantes do Governo Federal. 

O objetivo central da PMS é garantir o acesso remoto e presencial a uma comunidade de apoio e a informações confiáveis sobre os diferentes tipos de violência, desde sua identificação até os mecanismos de denúncia. A plataforma está em constante evolução e busca agregar cada vez mais canais de fortalecimento das mulheres. Além de catalogar endereços e contatos de maneira verificada, a plataforma disponibiliza uma série de informações em vídeos e cartilhas, para que as sobreviventes possam dar os primeiros passos e romper com o ciclo da violência doméstica.

Plataforma Mulher Segura apresentada a embaixadas
Representantes das embaixadas testaram a Plataforma Mulher Segura durante a apresentação. Foto: Embaixada dos Países Baixos.

A representante do UNFPA no Brasil, Astrid Bant, explicou que a plataforma foi criada como resposta à emergência da pandemia de Covid-19, durante a qual o isolamento social obrigou muitas mulheres a passarem mais tempo em casa, em diversas ocasiões convivendo com o próprio agressor, e com maior dificuldade de acessar serviços. “Esta foi uma pequena iniciativa para apoiar essas mulheres, e que em pouco tempo cresceu muito, mostrando que tem um enorme potencial para ajudar a salvar vidas”. 

Júnia Quiroga, representante auxiliar do UNFPA, destacou ainda que os serviços catalogados foram verificados em quesitos como horário de atendimento e endereço. Além disso, comentou que a plataforma tem servido de apoio a gestores públicos para localizar serviços que atendem mulheres em deslocamento de um estado a outro no país.

“O contexto da Covid-10 nos mostrou o quão desafiador pode ser proteger as mulheres da violência de gênero”, avaliou Luana Silva, oficial de gênero, raça, etnia e equidade do UNFPA. “Como parte da resposta, fizemos um mapeamento extenso dos serviços ofertados pelo Estado e pela sociedade civil, levando em conta as desigualdades para acessar os serviços”, explica Luana. Entre os detalhes da plataforma, desenvolvida pela jornalista e consultora do UNFPA para a PMS, Mel Bleil Gallo, destaca-se a opção por  acesso como website e não como aplicativo para download, pois em muitas residências de baixa renda, o celular é compartilhado entre vários membros da mesma família.

A vice-embaixadora dos Países Baixos, Afker Mulder falou após a apresentação, lembrando que segundo dados da ONU, 7 em cada 10 mulheres no mundo enfrentam violência. “A violência contra a mulher é um problema mundial, precisamos juntar todas as forças para erradicá-la. Como mulher e mãe de três filhas é um assunto que está perto do meu coração. O Reino dos Países Baixos apoia a Plataforma da Mulher Segura, uma iniciativa da UNFPA que torna os serviços de apoio governamentais e da sociedade civil já existentes mais visíveis e acessíveis”, disse a vice-embaixadora. Ela ainda convidou a todas e todos que visitem www.mulhersegura.org para conhecer a plataforma.