Cerca de 25 discentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pessoas da comunidade externa tiveram aulas sobre o tema durante o ano letivo
Por Giselle Cintra
Nesta quarta-feira, 19, a representante do Fundo de População das Nações Unidas no Brasil (UNFPA), Astrid Bant, proferiu uma palestra durante a aula virtual de encerramento da disciplina População e Desenvolvimento no Brasil Atual, ofertada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Com apoio da Rede Brasileira de População e Desenvolvimento (REBRAPD), o curso objetiva estabelecer um nexo entre os direitos humanos e os estudos contemporâneos sobre a agenda de população e desenvolvimento brasileira e abordou temas como territorialidades, envelhecimento, juventudes, meio ambiente, povos indígenas, população negra e comunidades tradicionais.
Ao longo do período letivo, a disciplina trouxe perspectivas acerca dos estudos populacionais, como explica Richarlls Martins, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ): “No âmbito da ciência e tecnologia no Brasil, a disciplina entra no esforço de tentar ampliar e popularizar os conhecimentos sobre o marco da agenda do Cairo, da agenda de população e desenvolvimento, a partir dos compromissos assumidos em Nairóbi”.
O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) tem seu trabalho guiado pela Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento que ocorreu no Cairo em 1994, de acordo com Astrid Bant, representante do Fundo de População das Nações Unidas no Brasil, o Plano de Ação de Cairo refletiu um consenso significativo entre os diversos países que participaram da Conferência: “Foi um momento de mudança de paradigmas relacionados ao desenvolvimento social e às políticas de população no âmbito global, como o aumento da igualdade social, econômica e política, incluindo uma definição abrangente de saúde sexual e reprodutiva”.
Astrid também fez menção ao recente relatório Situação da População Mundial lançado pelo UNFPA e que traz como principal tema a autonomia corporal de mulheres em diversos países do mundo. “O direito à autonomia corporal, conforme o relatório explica, engloba o direito de fazer as próprias escolhas em relação ao corpo, de ter acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva e de estar livre de violências. Para milhares de mulheres e meninas ao redor do mundo, esta não é uma realidade”, explica a representante aos discentes.
Por fim, a representante do UNFPA no Brasil concluiu: “Capacitar meninas e meninos a reivindicarem seus direitos de tomar decisões saudáveis e se envolverem em comportamentos saudáveis e seguros é essencial. O progresso real e sustentável depende, em grande parte, da erradicação da desigualdade de gênero e de todas as formas de discriminação”.