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O Governo Federal levou nesta terça-feira (15) mais 29 venezuelanas e venezuelanos de Boa Vista (RR) para Cuiabá (MT). O processo de interiorização de solicitantes de refúgio e migrantes vindos da Venezuela é uma das linhas de ações da Força Tarefa Humanitária em Roraima, apoiada pelo Sistema ONU no Brasil.
 
Para realizar esta nova fase do processo de interiorização, o governo aproveitou a ida do Boeing 767 da Força Aérea Brasileira (FAB) de Brasília para Boa Vista com suprimentos para a Força Tarefa. Com o retorno do avião já programado para Brasília, foi possível organizar um novo embarque para Cuiabá, considerando as vagas existentes nos abrigos da capital do Mato Grosso.
 
Cuiabá já havia recebido 66 venezuelanas e venezuelanos no início do processo de interiorização, em abril. Como parte deles já conseguiu emprego e moradia, novas vagas foram abertas no Centro de Pastoral para Migrantes, possibilitando a nova viagem.
 
Com o voo desta terça-feira, já são 527 pessoas foram levadas para as cidades de São Paulo, Manaus e Cuiabá.
 
No âmbito das Nações Unidas, o processo conta com o apoio técnico da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).
 
O ACNUR identifica, faz o perfil das pessoas interessadas em participar da interiorização e financia a reforma dos abrigos da sociedade civil que estão recebendo os venezuelanos. A OIM e o UNFPA prestam informações prévias ao embarque, garantindo que as pessoas tomem decisões conscientes sobre a mudança para outras partes do país.
 
Além disso, o UNFPA faz o levantamento de necessidades específicas de assistência, em especial com grupos em maior vulnerabilidade (como mulheres grávidas e pessoas que precisam de assistência psicossocial) e compartilha essas informações com a rede de atenção nas cidades. A OIM também apoia a organização dos voos e acompanha os venezuelanos participantes neste processo. Estas três agências da ONU têm dialogado com seus parceiros em diferentes municípios do país para identificar outras cidades interessadas em participar da estratégia de interiorização.
 
A interiorização é um processo voluntário que busca criar melhores condições de integração para as venezuelanas e venezuelanos que estão vivendo no Brasil. O governo e a ONU articulam com municípios e entidades da sociedade civil interessados em acolher essas pessoas. Com a disponibilidade de vagas, solicitantes de refúgio e migrantes que queiram participar do processo são selecionados, passam por exame de saúde, regularizam documentação, são imunizados, abrigados na cidade de destino e acompanhados no abrigo, com realização de cursos profissionalizantes e de português.
 
De acordo com a Polícia Federal, 32.859 pedidos de refúgio já foram apresentados por cidadãos venezuelanos (até o mês de abril), sendo 96% deles desde 2016. Além disso, o governo federal já emitiu 16.941 vistos de residência para venezuelanos no país.