Com quatro Postos de Atendimento localizados em lugares estratégicos dos circuitos de carnaval e seis dias de funcionamento, o Observatório da Discriminação Racial, da Violência contra a Mulher e LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) registrou um aumento de 15,8% de ocorrências em relação ao ano passado, com um total de 544 atos de violência e discriminação.
O sábado de carnaval (dia 09) foi o dia que apresentou maiores dados com 143 ocorrências, sendo predominantemente no Circuito Osmar – Campo Grande.
Apesar do caráter popular da festa e da predominância de negros na cidade, dos três focos trabalhados, o racismo lidera com 73,89% dos dados o que representa 402 registros, com destaque para o quesito vulnerabilidade social de negros e negras na folia, seguida pelo quesito agressão. Outro dado importante foi o registro de 18 denúncias de racismo que deverão ser apuradas pelos órgãos competentes, baseando-se nas informações dos denunciantes.
Agressão foi o quesito com mais evidência no foco violência contra a mulher, entretanto, com inúmeras campanhas de respeito às mulheres, houve uma leve diminuição dos casos registrados em relação à edição 2012 do Observatório, apresentando neste ano um total de 112 ocorrências, com quatro denúncias.
Para a população LGBT foram contabilizadas 12 ocorrências, sendo 11 agressões. Outra nuance analisada para estes números decorre da dificuldade do segmento registrar qualquer ocorrência nos outros dias do ano, afirma Renildo Barbosa, presidente da PROHOMO.
Ressalta-se que pelo universo trabalho, os dados obtidos através de observadores, do telefone 156 e das câmeras de videomonitoramento são considerados uma amostra de graves problemas que a maior festa popular do mundo ainda apresenta e ratifica, mais uma vez, a necessidade e a importância do Observatório como uma ferramenta para a formulação de políticas públicas.
Esta ação da Prefeitura do Salvador, promovida pela Secretaria da Reparação, tem como finalidade gerar informações que subsidiem a construção de indicadores para planejamento das políticas governamentais de promoção de igualdade e enfrentamento das discriminações de raça, gênero, orientação sexual.
Em sua oitava edição, o Observatório da Discriminação Racial, Violência contra a Mulher e LGBT contou com o apoio de vários artistas e de parceiros, como: UNICEF, UNFPA, Sintepav, Polícia Militar, NAFRO, Grupo Aldeia, Site Dois Terços, Faculdade Social, PROHOMO, Cepaia, PNUD, Salvador Card, Ministério Público, Conselho Municipal das Comunidades Negra (CMCN), Superintendência de Política para as Mulheres (SPM), Secretaria Municipal da Saúde, Força Sindical, Delegacia Especial de Atendimento a Mulher (DEAM), Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Secretaria da Justiça Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), Superintendência de Política para as Mulheres - BA (SPM) e Defensoria Pública, Sindseps, Shopping Piedade, Shopping Lapa, Shopping Barra, Associação Protetora dos Desvalidos, Fórum Baiano LGBT e LesbiBahia.
* Fonte: Ascom Semur