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É com profundo pesar que o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) recebeu a notícia do falecimento da maestrina Miriam Blos, ocorrido nesta segunda-feira (26). Defensora dos direitos humanos, em especial de crianças e adolescentes refugiadas e migrantes, Miriam foi mais uma vítima de complicações causadas pela Covid-19.

Nascida em Manaus, capital do Amazonas, Miriam cresceu no Pará e há mais de 30 anos vivia em Boa Vista, Roraima. Cantora, compositora e musicista, era presidente e maestrina da Associação Internacional Canarinhos da Amazônia Embaixadores da Paz (Aiecap). 

O Projeto Canarinhos, como é mais conhecido, visa oferecer oportunidades de formação musical e educação para a Paz, promovendo o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes de 06 a 17 anos do estado de Roraima, refugiados e migrantes venezuelanos e indígenas, em situação de vulnerabilidade social, econômica, educacional e psicológica.

Parceira contumaz do UNFPA desde 2018, Miriam realizou diversas ações conjuntas, facilitando doações e promovendo atividades culturais, além de ceder o espaço para sessões informativas voltadas à promoção de direitos de pessoas refugiadas e migrantes. Em maio de 2020, no início da pandemia de Covid 19, o Projeto Canarinho intermediou a entrega de Kits Dignidade para mulheres grávidas de Pacaraima.

Em janeiro de 2019, um coral de 50 crianças do Projeto Canarinho se apresentou em seis dos dez abrigos de Boa Vista que acolhem refugiados e migrantes em situação de vulnerabilidade. Em maio do mesmo ano, uma apresentação das crianças do projeto também marcou a visita do embaixador britânico no Brasil, Vijay Rangarajan. “Orgulho em ver a sociedade civil e organizações internacionais somando esforços. Assim vamos atingir excelentes resultados”, afirmou Rangarajan na ocasião. 

 


Miriam e as crianças do Projeto Canarinho, em imagem
anterior à pandemia

Miriam era uma importante defensora das pessoas refugiadas e migrantes, especialmente das crianças. Sua perda se soma a de várias outras lideranças na defesa dos direitos humanos - em decorrência da Covid-19 - e sua ausência será enormemente sentida em Roraima, por todas as pessoas e organizações parceiras com quem atuou. O UNFPA se solidariza com as crianças acolhidas pelo Projeto Canarinho e com a família de Miriam Blos.