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Na Bahia, UNFPA ressalta visibilidade das mulheres como sujeitos de direitos na reposta ao Zika vírus

Na Bahia, UNFPA ressalta visibilidade das mulheres como sujeitos de direitos na reposta ao Zika vírus

Na Bahia, UNFPA ressalta visibilidade das mulheres como sujeitos de direitos na reposta ao Zika vírus

calendar_today 11 April 2016

Fernanda Lopes, Representante Auxiliar do UNFPA, Jaime Nadal, Representante do UNFPA no Brasil e a Secretária, Olívia Santana.

Na semana em que se comemorou o Dia Mundial da Saúde, o UNFPA Brasil intensificou as suas ações nos estados da Bahia e Pernambuco para apoiar mulheres em idade reprodutiva e suas famílias em tempos de surto do zika vírus. Na terça-feira (5), Jaime Nadal, Representante para o país, esteve em Salvador para se reunir com as redes e organizações da Sociedade Civil que compõem o grupo de trabalho das ações locais e também com o Secretário de Saúde (Sesab), Fábio Vilas Boas e a Secretária de Políticas para as Mulheres (SPM), Olivia Santana, no intuito de contribuir, a partir da expertise e capacidade técnica da agência, nas iniciativas em construção e/ou desenvolvidas pelos órgãos em saúde reprodutiva e direitos das mulheres no contexto da epidemia do mosquito Aedes Aegypt e suas arboviroses.

Não à estigmatização das mulheres

Em conversa com Olivia Santana, o Representante do UNFPA destacou a preocupação da instituição com uma possível “culpabilização” das mulheres no contexto do zika. “As mulheres podem acabar sendo estigmatizadas diante da contração do Zika, devido à percepção social de que a mulher estaria contaminada”, disse preocupado. Nadal destacou ainda que a epidemia é um reflexo das iniquidades. “O surto afeta mais alguns grupos sociais do que outros. E é consequência das iniquidades na saúde pública e falta de saneamento adequado”. Ele completou falando sobre a importância da comunicação e mobilização social nas áreas afetadas para orientar e dar suporte a todos e todas, mas, sobretudo mulheres e jovens.

A Representante Auxiliar do UNFPA, Fernanda Lopes, em complemento a fala de Nadal, trouxe ainda que “o grande desafio da Bahia e do país é colocar também na centralidade da discussão, não apenas o vetor (o mosquito), mas as vozes das mulheres que são as mais afetadas diretamente. A iniciativa do UNFPA busca também a construção e fortalecimento de uma rede de apoio. As mulheres precisam estar preparadas nas comunidades”.

Olivia Santana destacou o interesse da SPM/BA em trabalhar em conjunto e em complemento à iniciativa com a sociedade civil e ressaltou o que considera um problema para o avanço da promoção de direitos: o conservadorismo. “É um entrave para a vida das mulheres, que já são prejudicadas, mas nesse contexto estão renunciando suas vidas para viver a vida das crianças. Precisamos pensar na redução dos impactos na vida delas considerando esse novo fenômeno: está nascendo uma população/geração com microcefalia”.

Saúde nas escolas: orientação adequada para jovens

O Secretário de Sesab destacou que o órgão estadual está realizando um “trabalho de massa para o controle vetorial”, mas que ainda precisa fazer um investimento maior na orientação sobre saúde, de forma adequada, nas escolas, sobretudo com adolescentes e jovens, que é de responsabilidade do Governo do Estado. “Temos o projeto saúde nas escolas onde é possível atingir esse público. Mas precisamos de uma ação continuada”, destacou.

Sesab e UNFPA reunidos no Gabinete do Secretário Fábio Vilas Boas

O UNFPA compartilhou com a Secretaria de Saúde que o objetivo é investir e somar esforços as ações feitas no estado, apoiando assim a força de trabalho em saúde e a gestão de cuidado no ciclo de vida. O Fundo de População destacou que, ao investir nos usuários e nas usuárias, contribui nos processos de educação continuada para os processos de trabalho e que a mobilização a nível local e comunitário é importante para que as mulheres tenham informações de qualidade e possam tomar suas decisões no âmbito sexual e reprodutivo da melhor forma. Na reunião também estiveram presentes Liliane Mascarenhas, Diretora de Gestão e Cuidado e Pablo Barbosa, Assessor de Comunicação da SESAB, assim como o Dr. Manoel Barral, Diretor da Fiocruz na Bahia, que reforçou que a “a Fundação Oswaldo Cruz também está focada de que a abordagem não deve ser apenas no mosquito”.
 

Mobilização nas comunidades

Finalizando o dia, o UNFPA esteve reunido com s redes e organizações da Sociedade Civil parceiras na sede da Coordenadoria Ecumênica de Serviços (Cese), entidade implementadora do projeto idealizado pelo UNFPA Brasil com apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e financiado pelo Governo do Japão e o Fundo Global para Emergências do UNFPA. O objetivo deste primeiro encontro foi reunir as entidades participantes na Bahia e iniciar o processo de planejamento das iniciativas de comunicação e mobilização social a nível comunitário com foco no acesso à informação sobre o zika e seus efeitos sobre a saúde das mulheres, com enfoque em direitos e planejamento voluntário da vida.



 

Nas datas 17 e 18 de março, o UNFPA também se reuniu com as organizações da iniciativa de Recife (PE). O encontro na sede da ONG Gestos: Soropositividade, Comunicação e Gênero, teve o intuito de definir os caminhos para as ações de advocacy e incidência política nos territórios.

Estão envolvidos nos dois estados: Grupo Curumim; Gestos: soropositividade, comunicação e gênero; Mirim Brasil - Movimento Infanto-juvenil de Reinvindicação; SOS Corpo - Instituto Feminista para a Democracia; Coletivo Mangueiras; Uyala Mucaje - Organização de Mulheres Negras de Pernambuco; Instituto Odara; Coletivo Mangueiras; Mulheres do Calafate; Rede de Protagonistas em Ação de Itapagipe; Flores de Dan; Força Feminina e Rede Feminista de Saúde.