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Por Pedro Sihabi

 

O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) está desenvolvendo um aplicativo para auxiliar pessoas refugiadas e migrantes com questões de saúde, acolhimento, documentações, ou no caso de passarem por alguma situação de violência, exploração, ou discriminação. Este aplicativo é um robô de conversa que será distribuído gratuitamente nas lojas de aplicativos para smartphones e disponibilizado em tablets nos abrigos que recebem pessoas refugiadas e migrantes nas cidades de Pacaraima, Boa Vista e Manaus. Cidades onde o UNFPA atua em parceria com o governo brasileiro e outras entidades na resposta a crise migratória e em assistência humanitária.

Buscando tornar esse processo mais participativo, o Fundo de População realizou uma oficina no dia 30 de setembro (quarta-feira), com 31 pessoas, entre mulheres e pessoas LGBTQI que atuam como lideranças Comunitárias em abrigos na cidade de Boa Vista, além de usuárias da Casa da Mulher Brasileira (CMB), dispositivo da rede de proteção para o acolhimento de mulheres sobreviventes de Violência, local que recebeu o encontro. 

O UNFPA prioriza realizar atividades de fortalecimento e formação de lideranças em espaços da rede local, pois assim estimula que a população refugiada e migrante acesse os equipamentos público da cidade. Além disso, aproxima os atores dos serviços ao contexto migratório, fato ressaltado na fala de abertura pela coordenadora da CMB e Coordenadora estadual de políticas públicas para mulheres, Graça Policarpo.

As participantes puderam utilizar o aplicativo compartilhar impressões, sugerir mudanças e temas que gostariam de acessar pela ferramenta. A ferramenta irá disponibilizar informações sobre temas variados, como violência baseada em gênero (VBG) e a respectiva rede de proteção intersetorial, saúde sexual e reprodutiva, documentação, infecções sexualmente transmissíveis, além de fornecer informações sobre como acessar serviços e as respectivas localizações.

Segundo a Coordenadora de Prevenção e Resposta a Violência Baseada em Gênero (VBG) do UNFPA para Roraima e Manaus, Patrícia Ludmila Melo, "Trabalhar com Lideranças Comunitárias é fundamental para garantir que os materiais informativos do UNFPA tenham a capilaridade e “falem a língua” que as pessoas beneficiárias necessitam saber e daí surge a oficina de apreciação e validação do aplicativo para que especialmente as mulheres, mas também todas as consultadas pudessem de forma coletiva contribuir na construção da ferramenta virtual que trata conteúdos sobre violência baseada em gênero e saúde sexual e reprodutiva para a população migrante, refugiada e brasileira."