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Por Pedro Sihabi

 

“Ser mulher é resiliência”. “Ser homem é ter responsabilidade”. “Ser mulher é ser lutadora, empreendedora”. “Ser homem é ser honesto”. “Ser mulher é respeitar a si mesma”. “Ser homem é ser desconfiado”. Essas foram algumas das reflexões que abriram um dia de debate e formação realizado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) com 31 pessoas reunidas na Casa da Mulher Brasileira de Boa Vista, Roraima.

O encontro foi realizado com mulheres de diversos abrigos da capital de Roraima e também com pessoas que vivem em espaços comunitários. O objetivo foi fortalecer a capacidade dessas pessoas, principalmente aquelas que atuam como lideranças em abrigos para pessoas refugiadas e migrantes, para apoiarem no debate sobre violência baseada em gênero (VBG), contribuindo assim no enfrentamento à essa prática ainda tão presente na sociedade, atuando como multiplicadoras dos temas conversados.

As participantes debateram sobre papéis de gênero, igualdade de gênero e empoderamento feminino, discutiram sobre como identificar sinais de uma relação violenta e como realizar denúncias, falaram também sobre saúde sexual e planejamento da vida reprodutiva.

Karlemis Morales, 27 anos, médica venezuelana que atualmente mora em um abrigo para refugiados, foi uma das participantes do encontro. Ela avaliou que “foi uma oportunidade de aprendizado e crescimento pessoal, aquisição de muito conhecimento para as mulheres. Penso que o conhecimento é uma ferramenta poderosa, especialmente com os temas que foram abordados, como o planejamento familiar, a sexualidade e a violência de gênero”.

“Vi muita receptividade das pessoas, muitas participação, e isso quer dizer que aprenderam algo. Elas irão colocar isso em prática nas suas vidas através desse fortalecimento que adquiriram, passar informações para suas filhas, suas amigas”, afirmou Karlemis.

Segundo a Coordenadora de Prevenção e Resposta a Violência Baseada em Gênero (VBG) do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) para Roraima e Manaus, Patrícia Ludmila Melo, "a resiliência comunitária é um dos tripés da atuação do UNFPA na resposta humanitária, por isso realizamos oficinas de fortalecimento de lideranças comunitárias na perspectiva de que essas pessoas sejam empoderadas, mas também sejam multiplicadoras dos temas do nosso mandato”.