Aconteceram nos dias 28 e 29 de agosto, na Universidade Católica de Brasília, a 1ª Oficina Juvenil Preparatória e a Reunião de Mobilização do Seminário Internacional: “Saúde, Adolescência e Juventude: promovendo a equidade e construindo habilidades para a vida”. Durante os encontros, cerca de 15 lideranças juvenis de vários estados puderam refletir em conjunto sobre a temática e a preparação do evento, que será realizado pelo Ministério da Saúde, por meio da Área Técnica da Saúde do Adolescente e do Jovem (ASAJ) e pelo UNFPA, o Fundo de População das Nações Unidas, em outubro deste ano.
Durante a abertura da oficina, a coordenadora da ASAJ, Thereza de Lamare, agradeceu a presença dos/as jovens e ressaltou a importância do Seminário, que, dentre seus objetivos, visa trazer as experiências de 13 países na discussão dos temas a serem abordados. Anna Cunha, Analista de Programa em Saúde Reprodutiva e Direitos do UNFPA, revelou a origem da proposta do evento: “a parceria do UNFPA com o Ministério da Saúde para a realização do seminário começou em junho de 2012, durante a Rio+20, em encontro ocorrido entre o Diretor Executivo do UNFPA, Babatunde Osotimehin, e Alexandre Padilha, Ministro da Saúde. Ambos demonstraram interesse em ter ações conjuntas, priorizando a agenda de promoção e atenção à saúde sexual e reprodutiva de adolescentes e jovens”.
Oficina juvenil preparatória para seminário realizada em 28 de agosto.
Foto: Gabriela Borelli / UNFPA Brasil
Thereza de Lamare destacou que juventude é um tema que demanda uma reflexão global. “O mundo, a partir da Conferência do Cairo, trouxe a reflexão das especificidades da faixa etária jovem e destacou a responsabilidade dos adultos para com a garantia da qualidade de vida dessa população”. A coordenadora da ASAJ/MS ressaltou que o Seminário surge como uma “grande janela de oportunidades” para a promoção dos direitos dos cerca de “50 milhões de jovens em idade reprodutiva e em desenvolvimento”. E, neste contexto, a juventude presente refletiu sobre ações para garantir a sua efetiva participação. “A ideia é que este Seminário não seja apenas sobre adolescentes e jovens, mas com adolescentes e jovens”, apontou Cunha. De Lamare completou: “Queremos contar com as e os jovens e construir uma estratégia para que eles e elas sejam, de fato, parte da construção deste evento”.
No segundo dia ocorreu a reunião de mobilização de parceiros, que contou com a participação de membros de diversas áreas do Ministérios da Saúde, Secretaria Nacional da Juventude (SNJ), Ministério da Educação (MEC), Secretarias de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e Políticas para as Mulheres (SPM) e membros da equipe de Governo do Distrito Federal (GDF). Pelo Sistema das Nações Unidas no Brasil, além do UNFPA, participaram a OPAS, Organização Pan-Americana da Saúde e o UNODC, Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime.
Fernanda Lopes, Representante Auxiliar do UNFPA, falou sobre a construção do evento desde a escolha do nome. “Fomos refletindo sobre as dimensões que fazem a diferença na efetivação do direito à saúde sexual e reprodutiva de adolescentes e jovens; precisamos discutir e atuar em vários campos, para além da saúde, e por isso o seminário traz inúmeros setores e dimensões da vida, tudo conectado. O nome é tão grande quanto a intenção de trabalhar coletivamente e garantir o direito em sua integralidade”. Lopes lembrou ainda que a “preocupação não é falar do lugar do adulto, do profissional, do tomador de decisão, queremos ouvir as e os jovens falando daquilo que é sua necessidade e sua expectativa para os serviços de saúde e outros setores. Queremos fortalecer a idéia da co-responsabilidade”.
Para o jovem Diego Agostinho, da Rede Nacional de Jovens Vivendo com HIV/Aids, o momento foi “produtivo, porque levantamos questões pertinentes para apresentar durante as sessões temáticas, tivemos a possibilidade de fazer as conexões entre os temas e definir eixos prioritários”. O momento contou com lideranças juvenis de organizações e projetos apoiados pela ASAJ/MS, tais como Arco íris, Bemfam, Conjuve, Curumin, Fiocruz, Gada, Instituto Papai, Taba, Reprolatina, Umes - SP, Mães Meninas, Rede Nacional de Jovens Vivendo com HIV/Aids e Jovem de Expressão - Recid, sendo que, a partir da oficina, estabeleceu-se uma rede de fortalecimento entre os diferentes grupos.