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Jovens de Itapagipe compartilham resultados do OJÚ OMO com a comunidade

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Jovens de Itapagipe compartilham resultados do OJÚ OMO com a comunidade

calendar_today 14 August 2016

Jovens fizeram apresentação com informações sobre o histórico do projeto OJÚ OMO

Salvador - A 1ª Roda de Diálogos do Projeto OJÚ OMO – Olhar da Juventude, realizada no último dia 9 no Espaço Cultural Alagados, no bairro Uruguai, foi marcada por momentos de troca de experiências entre jovens, facilitadores (as) da iniciativa e membros da comunidade. O evento, que contou com a presença de 55 pessoas, teve como objetivo oferecer uma devolutiva à população da Península de Itapagipe sobre os conteúdos trabalhados nas oficinas até o momento (direito à informação e à comunicação, direitos humanos e da população jovem, sexualidades, direitos sexuais e reprodutivos e relações de gênero). Serviu também para mostrar como as lideranças jovens participantes têm aprimorado seus conhecimentos sobre os temas.

A Roda contou com o protagonismo dos e das jovens do projeto, que planejaram e organizaram o encontro, atuaram como mestres (as) de cerimônias, expositores (as) e debatedores (as), além de apresentarem atrações culturais: o evento contou com a valsa e o hip hop dos grupos Sabor da Paixão, do Lobato, e Adolescer com Arte, do bairro Mata Escura, respectivamente.
 

DSC06387               Jovens fizeram apresentação com informações sobre o histórico do projeto OJÚ OMO

Andrea Rosa, que estuda jornalismo e é uma das jovens participantes do OJÚ OMO, deu início ao evento agradecendo a participação de todos(as) e convidando o coordenador do Adolescer com Arte para contar o trabalho desenvolvido pelo projeto. Lenilson Brito disse que os e as jovens do “Adolescer” trabalham como multiplicadores em escolas “por meio de peças teatrais de no máximo 30 minutos, com temas como enfrentamento ao racismo, relações de gênero e violência”.

Para a discussão sobre os temas trabalhados, Andrea convidou primeiramente Claudia Vasconcelos, facilitadora do módulo de Sexualidades, para expressar suas considerações sobre a realização das oficinas. “Foi bacana porque envolveu vários temas. Falamos sobre o despertar da sexualidade, as relações de violência nas relações, quais são as instituições que educam para o tema - família, escola, sociedade, organizações, religião. E suas interseções com as questões de gênero”. 



 

A partir da abertura dos diálogos, comentários como “a pessoa acaba com medo de se expressar” e “somos julgados por usar azul ou rosa” foram compartilhados pelas pessoas presentes, como Herbert Silva, jovem participante do OJÚ OMO: “os colegas interferem em nossa vida. Ontem, na aula de Sociologia, uma colega disse que não quer um gay por perto, pois a religião dela não aceita. Agiu de uma forma violenta e preconceituosa”.

Na sequência, Edlamar França, facilitadora do módulo de Direitos Humanos e Direitos da População Jovem, falou que “a população jovem tem se constituído como a mais vulnerável socialmente, tendo seus direitos mais negligenciados. Como exemplo, o direito à educação de qualidade, ao lazer e à participação na política”. A psicóloga ressaltou ainda a importância de conhecer os direitos, instrumentos e instituições que nos amparam, e a importância da “formação de redes para mobilização e participação social”.

O jovem Carlos Luz, também integrante do OJÚ OMO, aproveitou o momento para refletir sobre a violência enfrentada pela juventude negra. “Os jovens estão morrendo a troco de nada. Nós não podemos ficar parados diante disso. Temos de aproveitar esses momentos de roda para discutirmos os problemas. Quando falamos em direitos, precisamos pensar... O que queremos mesmo? Qual minha atuação na sociedade?”.

A próxima Roda de Diálogos será realizada na sede do Movimento de Cultura Popular do Subúrbio (MCPS), no bairro de Plataforma, para que as jovens lideranças do Subúrbio Ferroviário participantes da iniciativa possam relatar às suas comunidades como está sendo realizado o projeto e compartilhar experiências. O OJÚ OMO é uma iniciativa do UNFPA em parceria com a Coordenadoria Ecumênica de Serviços (Cese) e a Organização Interclesiática para a Cooperação e Desenvolvimento – Holanda (ICCO).