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Promovido pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), o principal objetivo do workshop foi identificar iniciativas e boas práticas nos temas relacionados à participação política de jovens em seus países

Por Giselle Cintra

 

Ao som de ritmos musicais lusófonos, jovens e representantes de organizações angolanas, brasileiras e moçambicanas iniciaram encontros virtuais no workshop para conexões e trocas de experiências. Durante os dias 3, 4 e 5 de novembro, o evento “Daqui prali, de lá pra cá” viabilizou um espaço de intercâmbio de boas práticas e ações feitas pelas diferentes juventudes de países falantes da língua portuguesa em uma perspectiva de promoção da cooperação entre países do Sul Global.

Júnia Quiroga, representante auxiliar do UNFPA no Brasil, iniciou a atividade falando sobre a importância do trabalho de jovens em todo o mundo: “Este é um evento inédito que visa identificar boas práticas e fortalecer as estratégias de ativismo de organizações que trabalham com o tema da juventude em Angola, em Moçambique e aqui no Brasil, e quando falamos de juventude não devemos nos limitar à uma fase da vida situada entre a infância e a vida adulta. Estamos sim, tentando visibilizar que em todo o mundo, as pessoas jovens representam, ao longo de sua história, uma força importante de transformação social e de energia na luta para a redução das desigualdades e no caminho em direção ao desenvolvimento sustentável”.

Em seu discurso inicial, o secretário da Juventude de Angola, Dr. Fernando Francisco João enfatizou a ação que o governo angolano tem feito sobre a juventude: “a fim de direcionar os esforços e amenizar as vicissitudes que enfrentam, o governo angolano aprovou em 2019, a Política Nacional da Juventude, um principal instrumento para a promoção do desenvolvimento integral da juventude”.

O Dr. Mady Biaye, representante do UNFPA em Angola, apontou o perfil demográfico da população africana e trouxe a importância do bônus demográfico para o continente africano: “No mês em que se celebra o Dia da Juventude Africana (dia 1 de novembro) e num continente em que pelo menos 65% da população é jovem, é cada vez mais importante e necessário, transformar o perfil demográfico africano em um grande ativo que produz valor, adaptando às novas tecnologias de forma sistemática para todos”.  

Em consonância com o Dr. Blaye, a representante auxiliar do UNFPA em Moçambique, Jenny Karlsen, reforça a importância em investir na juventude: “Buscar sinergias de outras realidades ligadas ao nosso contexto e focar nas prioridades da juventude permitirá que países como Moçambique, possam aproveitar do dividendo demográfico, isso inclui investir em três eixos: educar, empregar e empoderar”, concluir Karlsen.      

Os compromissos internacionais firmados em atenção aos direitos das e dos jovens são centrais ao mandato do UNFPA em todo o mundo. Nos últimos anos, países do Sul Global acumularam conhecimentos e experiências significativas de desenvolvimento. Pensando nisso, o workshop foi promovido para identificar iniciativas e fortalecer redes e estratégias de ativismo de organizações e redes de juventude entre países de língua portuguesa, a partir do intercâmbio de experiências. Cada jovem presente no workshop, pode compartilhar as ações de sua organização e discutir desafios e oportunidades para a Agenda jovem de países em desenvolvimento.

Em Angola, a representante da Juventude Informada Responsável e Organizada apresentou as atividades do JIRO, um Programa Nacional que tem como um dos objetivos principais informar adolescentes e jovens sobre direitos sexuais e reprodutivos. A organização realiza palestras relacionadas a habilidades de vida e realiza participação ativa no Projeto SMS Jovem com a formação de conselheiros que através da plataforma digital dão conselhos, respondem a perguntas e lançam questionários para jovens.

Já a AfriYan em Moçambique é uma rede de jovens e adolescentes africanos que tem como principal objetivo promover a participação significativa da juventude a nível nacional, regional e global na área de advocacy e no diálogo político sobre população e desenvolvimento com foco na área de direitos sexuais e reprodutivos. Como parte de suas ações, promovem iniciativas de capacitação junto das comunidades para o desenvolvimento de projetos de empreendedorismo. Uma das organizações que representou o Brasil no workshop foi a Politize!, que promove educação política e promove ações como educação básica em política, cursos de Educação a Distância, formação de lideranças e o programa Embaixadores.

Participaram do workshop, jovens das seguintes organizações: 

Angola

  • AfriYan
  • Centro de Apoio aos Jovens (CAJ)
  • Instituto Angolano da Juventude
  • Juventude do Conselho das Igrejas Cristãs de Angola (JUCICA)
  • Juventude Informada Responsável e Organizada (JIRO)

Brasil

  • Conselho Nacional de Juventude (CONJUVE)
  • Cooperação da Juventude Amazônida para Desenvolvimento Sustentável (COJOVEM)
  • Politize!
  • Rede de Protagonistas em Ação de Itapagipe (REPROTAI)

Moçambique

  • AfriYan
  • Associação Coalizão da Juventude Moçambicana
  • Associação Moçambicana para o Desenvolvimento da Família (AMODEFA)
  • Conselho Nacional da Juventude
  • COREM Young Leaders
  • Observatório da Juventude

 

Cooperação Sul-Sul

A Cooperação Sul-Sul é uma estratégia que enfatiza o protagonismo de diferentes países do Sul, historicamente marginalizados, na construção de suas agendas de desenvolvimento. Neste cenário de trocas e diversidade de atores, o Fundo de População das Nações Unidas oferece suporte técnico que promove a Cooperação Sul-Sul e Triangular em fóruns internacionais relevantes, enquanto documenta e compartilha o conhecimento das soluções e práticas de sucesso.