Foi lançada nesta quinta-feira, 9, em Brasília, a iniciativa “Chega Mais – Selo de Qualidade de Serviços para Adolescentes”, uma parceria entre o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) e Secretaria de Estado de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude do Distrito Federal (SECriança-DF), com colaboração da Escola de Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde, da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (EAPSUS/FEPECS).
O objetivo do Chega Mais é Reconhecer e incentivar que unidades de saúde do Distrito Federal ofereçam atendimento e serviços adequados para adolescentes. O selo será uma certificação concedida pelo Fundo de População da ONU (UNFPA) a serviços públicos em saúde adequados a essa fase do ciclo de vida. Será concedido a partir de critérios de qualidade para o atendimento de adolescentes, com acompanhamento e aprimoramento contínuos. Os critérios envolvem desde acesso livre de discriminação até a integração em diferentes frentes de atendimento, a educação permanente de profissionais e a participação social.
“Precisamos estar todas e todos comprometidos com a saúde das e dos adolescentes, para que tenham todo o seu potencial realizado. Os investimentos certos e na hora certa podem fazer a diferença na vida e no futuro dessas pessoas”, enfatizou o representante do UNFPA Brasil, Jaime Nadal. “Vemos com preocupação, por exemplo, o aumento das infecções por HIV, os casos de sífilis congênita e o número de adolescentes grávidas nos últimos anos no Brasil. Serviços de qualidade e adequados para a fase do ciclo de vida, com um olhar mais jovem, são sumamente importantes”, reforçou.
Para o secretário de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude do Distrito Federal, Aurélio de Paula Guedes, o selo também reforça a importância de atendimentos realizados em diferentes frentes, não apenas na saúde física. “Além da gravidez, das ISTs, do abuso de drogas e álcool, temos adolescentes altamente deprimidos e ansiosos, e também precisamos estar atentos a isso”, apontou. “Temos hoje os maiores índices de toda a história de adolescentes em depressão. Temos uma geração que precisa de atenção mais ampla, que atenda a saúde sexual e reprodutiva e a saúde física, mas que também dê atenção à saúde mental.”
Reconhecimento e valorização
Entre os objetivos do selo Chega Mais está o incentivo e o reconhecimento de boas práticas por parte dos profissionais de saúde que atendem os e as adolescentes. “Com essa iniciativa, somamos forças e compromissos. O Selo pode alavancar processos de educação, valorização, reconhecimento e aprimoramento de boas práticas. É um reforço à estruturação de uma política necessária e proeminente”, apontou a primeira-dama e colaboradora do Governo de Brasília, Marcia Rollemberg.
“Esse selo representa qualidade. Ele vai trazer uma certificação pelo Fundo de População das Nações Unidas para dizer se estamos indo bem no atendimento”, completou o secretário de Saúde do DF, Humberto Fonseca. “E esse bom atendimento começa na atenção primária, onde estamos nos preparando e investindo – como é o caso da saúde da família, que será revertido em atendimento à criança e ao adolescente.”
Acolhimento e acesso
Para o Ministério da Saúde, o selo Chega Mais é reforço aos esforços pela inclusão e pela qualidade no atendimento. “O maior desafio que temos é garantir o acesso dos adolescentes aos serviços de saúde. Precisamos quebrar as barreiras, atender e acolher todos e todas, atender e cuidar independentemente da idade”, completou a representante do Ministério da Saúde, Juliana Rezende.
“Espero que essa iniciativa seja o começo de uma caminhada pelo direito à vida e à saúde”, enfatizou a representante do Comitê de Adolescente do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do Distrito Federal, Shara Thawane Martins do Prado. “Todos os anos, vemos meninos e meninas que abandonam a escola por causa da gravidez. Isso é chocante. Espero que, com esse programa, possamos ter a garantia do apoio e do acesso à saúde. E precisamos ter em mente que a saúde dos adolescentes não é uma responsabilidade do Estado apenas, mas de toda a comunidade”, completou.
Também compuseram a mesa de assinatura da parceria a diretora executiva da Fepecs, Maria Dilma Alves Theodoro, e a subsecretária de Atenção Integral à Saúde, Martha Vieira.