A participação buscou ampliar o diálogo e sensibilizar técnicos e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) para o trabalho cooperativo de promoção da saúde sexual e reprodutiva, ação essencial para o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)
O Fundo de População da ONU (UNFPA Brasil) esteve entre os mais de 6 mil participantes do Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, organizado pelo Conasems e realizado na cidade de Campo Grande/MS entre 12 e 15 de julho. A participação teve por objetivo ampliar o diálogo, conhecer as necessidades de um sistema de saúde referência para o mundo, o SUS, e sensibilizar técnicos e gestores para a agenda de saúde sexual e reprodutiva, especialmente a prevenção da gravidez não intencional e a dignidade menstrual.
A 32ª edição do Congresso reuniu profissionais de saúde, pesquisadores e sociedade civil para discutir e ampliar o debate sobre políticas públicas na área da saúde, no que diz respeito ao fortalecimento da Atenção Básica, enfrentamento à pandemia de Covid-19, financiamento e a gestão do sistema, entre outros temas.
Segundo Júnia Quiroga, Representante Auxiliar do UNFPA no Brasil e que esteve no evento representando a instituição, “o diálogo com gestores municipais de saúde é estratégico e necessário para que a agenda 2030 de desenvolvimento sustentável seja uma realidade para o Brasil. Estamos falando de um país de dimensões continentais, com necessidades diversas e estar com quem conhece e trabalha em cada região e cidade é uma oportunidade para trocar boas práticas e fazer avançar o compromisso global dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”.
A saúde sexual e reprodutiva foi eixo da mostra “Brasil, aqui tem SUS”, que evidenciou e premiou a partir da linha “UNFPA Saúde Reprodutiva para tod@s: acelerando o compromisso”, iniciativas e boas práticas focadas na ampliação da oferta de métodos contraceptivos na Atenção Primária à saúde, reorganização da assistência ao pré-natal, integralidade da assistência à saúde da mulher e promoção de cuidados multidisciplinares nas práticas de saúde da mulher.
Sobre esse assunto, Nair Souza, Oficial de Programa de Segurança de Insumos em Saúde Sexual e Reprodutiva, afirmou que o UNFPA “tem total nitidez de que é na ponta do serviço de saúde, nos municípios, nas unidades de saúde que o SUS se concretiza. Os gestores desses sistemas, nos municípios, têm um desafio cotidiano de ofertar saúde de qualidade, universal, integral e equitativa. Por isso, precisamos ampliar o diálogo com cada um deles e delas, no sentido de avançarmos com as agendas de prevenção a gravidez na adolescência e de dignidade menstrual – desafio que impacta especialmente adolescentes e jovens, em situação de vulnerabilidade social, que dependem do SUS”.
Para além da participação efetiva na Mostra, o Fundo de População da ONU divulgou o projeto “Saúde das Manas”, realizado no Pará que levou telemedicina e planejamento da vida reprodutiva para mulheres dos municípios da região de Ilha do Marajó e o programa de “Dignidade menstrual”, iniciativa realizada no Amazonas.
Realidade virtual Metaverso e inovação
A necessidade de interagir e tornar os temas centrais do mandato do Fundo de População da ONU mais acessíveis e compreensíveis para técnicos e gestores da saúde, levou a organização a montar um espaço com atrativos para quem passava pelo estande, como um espaço de realidade virtual usando a linguagem do metaverso, espaço para registro com foto instantânea e uma roleta premiada com brindes diversos.
Todos os espaços foram baseados no mandato do UNFPA e abordaram temas como planejamento da vida reprodutiva e demanda não atendida de contracepção; mortes maternas evitáveis; violência e práticas nocivas contra mulheres e meninas, cujo enfrentamento, reunido em três resultados transformadores, impulsionam a comunidade internacional a avançar com o desenvolvimento sustentável.
Lançamento de relatório global sobre a crise da gravidez não intencional
Na ocasião, o UNFPA também lançou, em território nacional, o relatório global intitulado “Vendo o invisível: em defesa da ação na negligenciada crise da gravidez não intencional”. O documento indica que a cada ano, no mundo, 120 milhões de gravidezes não planejadas acontecem. O dado que mais chama a atenção no estudo, com relação ao Brasil, é o custo estimado de gestações não planejadas: US$2,33 bilhões.