“Todo o conhecimento aprendido aqui eu definitivamente vou repassar. Não vou parar”, garantiu a estudante Ana Carolina de Costa Reis, que cursa o oitavo período de medicina na UniREDENTOR, no interior do Rio de Janeiro. Ela foi uma dos 20 alunos que foram selecionados para a segunda edição do workshop “Formação de Liderança Profissional em Saúde Sexual e Reprodutiva”, promovido pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) em parceria com a Federação Internacional de Estudantes de Medicina (IFMSA), na última semana.
Ao longo de dois dias de evento, os 20 futuros médicos assistiram palestras sobre o acesso a direitos e serviços em saúde reprodutiva no Brasil, sobre políticas de planejamento reprodutivo, diversidade sexual, reprodução assistida para casais LGBTI, entre outros assuntos. O encontro contou com representantes do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal e do UNFPA.
No último dia da programação, a equipe do Fundo de População da ONU apresentou um pouco sobre os desafios relacionados à saúde reprodutiva enfrentados no contexto de assistência humanitária em Roraima, junto à população migrante e refugiada venezuelana, e sobre o enfrentamento ao HIV em tempos de informações rápidas via internet.
Além disso, a militante dos direitos humanos e membro do Conselho Consultivo do UNFPA, Jacqueline Côrtes, falou sobre identidade de gênero e saúde da população trans no Brasil. “Trabalhar com jovens que serão médicos é uma maneira sutil, pequena, mas de um grande impacto. É uma percepção incrível do UNFPA de como interferir no currículo e trabalhar na diversidade humana, que é o que as universidades deveriam fazer. Os médicos normalmente saem das faculdades com uma perspectiva teórica e não entendem nada de ser humano, com esse tipo de iniciativa passam a entender. Parabenizo o UNFPA pela iniciativa. Tenho visto a reprodução disso em outros locais, então definitivamente estamos criando multiplicadores”, afirmou.
Sucesso
A primeira edição do workshop ocorreu no ano passado. Na edição de 2018 e também neste ano, a iniciativa tem como contrapartida a realização de eventos similares feitos pelos próprios estudantes em suas cidades. Este plano de ação é acompanhado de perto pelo UNFPA. No caso da estudante Ana Costa Reis, que também participou da edição anterior, os conhecimentos aprendidos viraram um simpósio organizado por ela e mais um grupo de estudantes na universidade sobre o acesso à saúde da população LGBTI, confirmando o propósito multiplicador. “Este evento foi e é um divisor de águas na minha vida acadêmica. As abordagens são enriquecedoras. O tema de saúde reprodutiva é muito mais amplo do que eu imaginava e com certeza farei mais eventos”, ela conclui.
O encontro finalizou com uma dinâmica de grupo com um quiz sobre os conhecimentos aprendidos e a distribuição de brindes. De acordo com a oficial de programa para Segurança de Insumos em Saúde Sexual e Reprodutiva do UNFPA, Nair Souza, o workshop já entrou na programação do UNFPA. “Este é o tipo de evento que proporciona a troca de informações e uma formação mais completa de profissionais de saúde. Esperamos que todos os conhecimentos aqui sejam repassados a seus colegas e professores nas instituições de todo o país”, comemorou.