Em decorrência do aumento de pessoas, brasileiras ou estrangeiras, em trânsito no Brasil nos próximos anos em consequência dos megaeventos esportivos, as cidades sedes demandarão infraestrutura ainda mais adequada e mão-de-obra qualificada. Contudo, é fundamental trabalhar para que as iniciativas conduzidas no período preparatório e pós eventos, sejam respeitosas às culturas locais e contribuam na garantia dos direitos fundamentais de todos/as. No intuito de cooperar na construção desses chamados “legados sociais pós 2013 e 2014”, o UNFPA, Fundo de População das Nações Unidas, realizou o “Mapeamento de ações, programas, projetos e iniciativas para o Legado Social de Eventos Esportivos em Salvador”, estudo apresentado nesta quarta-feira (27), na capital baiana.
Foram entrevistadas pessoas de 38 instituições da Prefeitura Municipal de Salvador, do Governo do Estado da Bahia, Organizações da Sociedade Civil e Iniciativa Privada, que possuem projetos preparatórios para os megaeventos e/ou focados no desenvolvimento da população local, sobretudo em jovens. Destas, foram mapeadas 54 iniciativas, sendo 14 estritamente para a Copa das Confederações, Jogos Olímpicos e Paralímpicos e, principalmente, para a Copa do Mundo. Das 54, 35 contemplam jovens como sujeitos prioritários e 19 outros segmentos, ressaltando que, indiretamente, também beneficiam a juventude, pois são programas que favorecem a sociedade.
“Quatorze das instituições entrevistadas desenvolvem ações focadas nos megaeventos. A maioria na área de qualificação e capacitação profissional, contribuindo na formação das pessoas que continuarão vivendo em Salvador. O que já é um legado social”, afirma Letícia Araújo, consultora do UNFPA que construiu o produto.
Ainda de acordo com Letícia, o estudo servirá como produto para identificar janelas de oportunidades para o período pós-eventos esportivos. “São organizações que já desenvolvem projetos. Esses grandes eventos ajudam a impulsionar as ações, o que é ótimo, mas a atividade tem de ser permanente. São trabalhos importantes, que levam em consideração diversos outros temas. É possível potencializar os esforços e estimular parcerias”. Os projetos mapeados, em sua maioria, focam no estimulo da participação social juvenil, direitos e cidadania, no enfrentamento à discriminação racial e de gênero e à violência bem como a prevenção às DST/Aids.
O Fundo de População espera ainda colaborar no aprimoramento de habilidades para a vida entre adolescentes, jovens e adultos/ adultas, sobretudo aquelas que terão influência direta no exercício seguro e voluntário da sexualidade, na tomada de decisões reprodutivas e no enfrentamento a possíveis situações de violência, discriminação e/ou exploração sexual.
“O UNFPA trabalha para construir um mundo onde os processos de desenvolvimento estejam centrados nas pessoas e na promoção de seus direitos. Os megaeventos esportivos são oportunidades ímpares para mobilizar esforços para alcançar este objetivo maior. Esperamos que os resultados deste estudo subsidiem a ação local em rede e que o potencial humano seja valorizado, em especial, no que diz respeito à população jovem”, ressalta a Representante Auxiliar do UNFPA, Fernanda Lopes.
Participaram do mapeamento 38 instituições: 04 organizações governamentais municipais, 05 representam organizações governamentais estaduais, 19 organizações sem fins lucrativos, 04 integrantes do Sistema S (não públicas, mas que recebem subsídios do governo), 01 organização governamental federal, 01 organização de classe privada de interesse público, 01 entidade pública de direito internacional, 01 universidade privada, 01 fundação mantida com recurso público e 01 associação comunitária.
Mais informações:
Ulisses Lacava – (61) 9181-1000 / 3038-9252, bigaton@unfpa.org
Midiã Santana – (71) 8262-2000 / 3183-5718, msantana@unfpa.org
Gabriela Borelli – (61) 3038-9246 / 3038-9252, borelli@unfpa.org
* Por Midiã Santana