A equipe do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) que trabalha em Roraima, no contexto de Assistência Humanitária, recebeu visita da oficial de programa para equidade de gênero, raça e comunicação, Rachel Quintiliano que ministrou uma atividade de sensibilização para identificação e abordagem ao racismo. O objetivo foi estabelecer um diálogo para informar e aperfeiçoar o atendimento às pessoas migrantes e refugiadas.
O UNFPA atua em Roraima desde agosto de 2017, participando diretamente da resposta do governo federal, por meio da Operação Acolhida, na recepção do fluxo migratório. O trabalho do Fundo de População da ONU no contexto de emergências humanitárias é assegurar e promover a saúde sexual e reprodutiva, além de oferecer respostas para a violência baseada em gênero, com foco especial em mulheres, grávidas, lactantes, pessoas LGBTI, idosas ou com deficiência, pessoas vivendo com HIV, entre outras com necessidades específicas de proteção.
Rachel Quintiliano explicou aos colaboradores de Boa Vista e Pacaraima o fenômeno do racismo como um mecanismo social de exclusão, que de forma diferentes atinge todos, especialmente quando se manifesta a por meio de normas e procedimentos - racismo institucional.
Além de fazer um resgate histórico das origens do racismo país, a partir da herança do tráfico e escravização de pessoas, Rachel pontuou que o não reconhecimento de determinados grupos, como negros, indígenas e também migrantes e refugiados, são empecilhos para o acesso e garantia de direitos, inclusive o direito à saúde sexual e reprodutiva, objetivo estratégico do UNFPA. Em contextos de vulnerabilidade e emergências humanitárias, desafios ligados a questões de discriminação quanto à raça/cor ficam ainda mais evidentes.
“Boa parte dos desafios com relação às mortes maternas, as necessidades de planejamento reprodutivo e a violência contra mulheres e meninas, são por vezes, agravados pelo racismo, pela discriminação e xenofobia. É preciso entender esse fenômeno e seguir construindo respostas nacionais e internacionais para enfrentar isso”, afirma.
“A ideia era fazer um diálogo com as pessoas de nossa equipe que estão no dia a dia no atendimento às pessoas migrantes e refugiadas, para que possam oferecer uma escuta mais sensível”.