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Mensagem do Dr. Babatunde Osotimehin, diretor executivo do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), no Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher, 25 de novembro.

Estamos em 2016 e, mesmo assim, uma em cada três mulheres no mundo ainda passa ou já passou por algum tipo de violência física ou sexual, frequentemente promovida por alguém que ela conhece. Além disso, milhões de mulheres e crianças têm sido alvo de outras formas de violência e práticas prejudiciais, como mutilação genital feminina — que afeta estimadas 200 milhões de mulheres e meninas —, ou casamento precoce, com uma em cada três meninas em países em desenvolvimento se casando antes dos 18 anos. 

As consequências da violência para a saúde são enormes e incluem deficiência permanente, trauma psicológico prolongado, gravidez não desejada e complicações associadas a abortos forçados ou inseguros. A exposição ou o medo da violência privam mulheres e meninas de seu direito à educação, saúde e vidas decentes. 

Proteger mulheres e crianças da violência e de práticas prejudiciais não é só um imperativo moral e de direitos humanos, mas também importante para o progresso econômico e social das nações. A Agenda 2030 e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável visam a um crescimento inclusivo e igualitário que não deixe ninguém para trás. Mas, todos os dias, milhões de mulheres e meninas são reprimidas pelas forças da violência, que as impedem de realizar seu completo potencial. E esse potencial não realizado, por sua vez, ameaça dificultar o progresso rumo a esses objetivos. 

Ocultar o flagelo da violência e de práticas prejudiciais às mulheres é desigualdade de gênero. A igualdade de gênero é um pré-requisito para a total realização dos direitos humanos de mulheres e meninas e para o avanço e o bem-estar de indivíduos, famílias, comunidades e países. 

O UNFPA trabalha para eliminar a violência baseada em gênero nos países do mundo, muitos dos quais são afetados por conflitos ou desastres naturais, e onde o risco de violência contra mulheres e meninas é alto. Somente no ano passado, o Fundo investiu mais de 93 milhões de dólares na prevenção e na resposta à violência baseada em gênero e às práticas prejudiciais nos países em desenvolvimento e em situações de crise humanitária. 

Infelizmente, a discriminação contra mulheres e meninas permanece difundida nas sociedades. É um dos maiores obstáculos para o desenvolvimento socioeconômico. As necessidades não atendidas são imensas. É por isso que, neste dia, nós do UNFPA renovamos nosso compromisso para fazer tudo que estiver ao nosso alcance para colocar um fim à violência contra mulheres e meninas, e pedimos que todos os nossos parceiros se unam a nós no compromisso de tornar a violência contra mulheres e meninas uma coisa do passado!

Tradução: Ulisses Lacava