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Em parceria com a ONU e governo brasileiro, “Viva Maria com Saúde” discute direitos das mulheres na epidemia do zika vírus

Em parceria com a ONU e governo brasileiro, “Viva Maria com Saúde” discute direitos das mulheres na epidemia do zika vírus

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Em parceria com a ONU e governo brasileiro, “Viva Maria com Saúde” discute direitos das mulheres na epidemia do zika vírus

calendar_today 09 March 2016

Com quase 35 anos de trajetória, o programa é apresentado pela jornalista Mara Régia, passa a ter duas edições extras por semana (quartas e sextas). Foto: EBC

As ondas do rádio estão propagando mais informação sobre saúde e direitos das mulheres devido à epidemia de zika vírus. Com quase 35 anos de trajetória, o programa Viva Maria, apresentado pela jornalista Mara Régia, tem duas edições extras por semana – nas quartas e sexta-feiras acrescidas de reprises nas segundas-feiras -, inaugurando o programete Viva Maria com Saúde. Veiculados na Rádio Nacional da Amazônia, os programetes são distribuídos pela Radioagência, que oferece conteúdos para mais de 2.000 emissoras de rádio do país. Ouça aqui a chamada do Viva Maria com Saúde.

A iniciativa se iniciou em 2 de março, como resultado de parceria entre a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), ONU Mulheres Brasil, Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial, Juventude e Direitos Humanos, sobre saúde e direitos das mulheres em tempos de crise sanitária provocada pelo aedes aegypti. Antes do início, no dia 28 de fevereiro, o representante do UNFPA para o Brasil, Jaime Nadal, falou sobre a parceria em entrevista à Mara Régia, que abordou também os impactos do zika nas decisões reprodutivas de mulheres e casais e a importância de se ampliar a oferta de informações e métodos contraceptivos para que as mulheres em idade fértil possam tomar suas decisões. Ouça aqui a entrevista.

A primeira entrevistada do Viva Maria com Saúde foi a diretora regional da ONU Mulheres para Américas e Caribe, Luiza Carvalho. Na entrevista, ela chamou a atenção que a resposta à epidemia deve adotar o empoderamento das mulheres como princípio. “Mais do que nunca nós temos de contar com os serviços de saúde disponíveis, para dar informação correta e aconselhamento, mas também a uma gama de direitos. As mulheres têm de ter, acima de tudo, o direito de optar qualquer que seja a sua decisão, ter condições mínimas de tomar decisão livre de qualquer estigma, preconceito e pressão social”, disse.

Na entrevista, a diretora frisou a importância da distribuição de métodos contraceptivos. “Observamos que há boa vontade e universalização do serviço de saúde no Brasil. Tem que estar lá a pílula de emergência [pílula do dia seguinte], métodos contraceptivos, informação e aconselhamento. Observamos que é preciso ter esses reforços”, considerou.

A diretora falou, ainda, sobre o impacto social na vida das mulheres, provocado pelas doenças transmitidas pelo aedes aegypti: dengue, chikunguya e zika. Segundo ela, nas pessoas em que as enfermidades são mais brandas, há um custo que precisa ser avaliado, pois “pode tirar a pessoa, duas a três semanas, do seu trabalho, impedir o cuidado do seu grupo familiar e que não participe de movimentações sociais e organizações comunitárias”, completou.

Vulnerabilidade das mulheres negras – A segunda entrevista da semana foi com a enfermeira Emanuele Goés, integrante da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras. Moradora de Salvador, a profissional comentou que a Bahia registrou os primeiros casos. Desde o início da epidemia, em outubro de 2015, há 34 mil notificações de zika vírus, sendo 65% de mulheres.
“A gente precisa pensar onde as mulheres negras estão inseridas, a exemplo do em saneamento básico e saúde preventiva. A AMNB [Articulação de Mulheres Negras Brasileiras] está levantando quem são as mulheres mais vitimizadas por esse grande caos”, afirmou Emanuele Góes.

Para a enfermeira, um dos maiores desafios da saúde é fazer chegar as políticas, entre elas a Política Nacional de Atenção à Saúde Integral da Mulher e Política de Saúde Integral da População Negra, sendo esta 70% dentre as usuárias e os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). “Há dificuldade para que o serviço responda às políticas. Há dificuldade para que sejam executdas na ponta. Isso quer dizer saúde da mulher, métodos contraceptivos sejam amplamento distribuídos nos serviços”, finalizou Góes.

 

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