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Fundo de População da ONU e Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Pará  trabalham juntos para a promoção da saúde da mulher durante a pandemia de Covid-19

Presidente do Cosems-PA, Charles Tocantins, lembra histórico de diálogo com o organismo das Nações Unidas e os motivos da implementação do projeto direcionado para as mulheres de Ilha do Marajó. Como se deu a parceria com o UNFPA, que iniciou em janeiro de 2020 e também a importância da continuidade dos serviços de atenção ao pré-natal e das ações voltadas para a saúde sexual e reprodutiva no contexto da pandemia.

Charles Tocantins explica que as ações foram pensadas para minimizar a falta de acesso à saúde reprodutiva de mulheres, na região da ilha do Marajó, no período da pandemia da Covid-19.

Confira abaixo.

Como iniciou a parceria entre o UNFPA e o Cosems?

Nós tivemos a oportunidade de conversar com técnicos do UNFPA em um encontro no México, do qual participamos a convite do UNFPA Brasil para falar sobre saúde reprodutiva e direito à sexualidade no Brasil. Nesse momento, verificamos que a entidade das Nações Unidas possuía nos estado da Bahia e no Paraná alguns trabalhos diretamente com os municípios. Pensamos que isso também poderia ser possível no estado do Pará. 

Fizemos contato com o escritório das Nações Unidas em Brasília, fomos recebidos pela representante do Fundo no Brasil, que se colocou à disposição para ajudar a população paraense.  Em seguida firmamos um Memorando de Entendimento, que previa a qualificação, desenvolvimento de estudos e cooperação que beneficia, sobretudo, a saúde da mulher e das crianças, no Pará.

 

Quais foram as primeiras ações da parceria? 

A partir do momento em que estabelecemos a parceria com o UNFPA, fizemos um primeiro movimento que foi trabalhar com qualificação e educação permanente por meio da web, em razão da pandemia do novo Coronavírus. Naquele momento, não tínhamos como realizar encontros presenciais, de maneira que iniciamos uma série de atividades alternativas, entre elas, conferências virtuais com a discussão de questões relacionadas à saúde.

Em seguida, o Cosems fez um pleito que foi imediatamente atendido pelo UNFPA, que foi de incentivar a retomada do atendimento de pré-natal das mulheres já que alguns serviços da atenção básica ficaram comprometidos por conta da pandemia. O UNFPA fez uma doação de 600 kits dignidade compostos por máscara e itens de higiene pessoal. A ideia era propor para as mulheres dos municípios que fossem ao posto de saúde fazer o pré-natal e receber o kit como incentivo. 

 

Por que o arquipélago do Marajó foi escolhido pelo projeto?

Elegemos seis municípios do Marajó por sabermos que, infelizmente, lá está o município com o menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil e o município com a menor renda per capita do Brasil. Isso faz com que tenhamos essa região como prioridade, nesse momento. Os municípios contemplados foram: Afuá, Anajás, Bagre, Breves, Melgaço, Salvaterra e Santa Cruz do Arari.

 

Em que ponto a parceria está agora? 

Estamos fazendo um aprofundamento dessa cooperação e vamos realizar um trabalho aproveitando esse incentivo as atividades de pré-natal, do cuidado à puérpera, com a gestante, com o bebê ao nascer, e vamos viabilizar consultas médicas por meio da telemedicina. 

Para esta ação, o UNFPA doou equipamentos, um kit tecnológico que inclui computadores e televisões. O Cosems entra com a contratação das profissionais de ginecologia e obstetrícia, para realizar as consultas usando essa ferramenta de telemedicina. 

Esse é um avanço muito grande aproveitando a tecnologia, aproveitando - infelizmente - as limitações relacionadas a pandemia da Covid-19, que limitou muito o contato presencial e nós estamos tentando ressignificar essa situação para melhorar o sistema de saúde do Marajó. É um avanço, que vai deixar as mães marajoaras mais seguras ao fazer o pré-natal e levar informação para as que precisam.

 

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VOCÊ JÁ OUVIU O PODCAST "FALA, UNFPA"?

 

O Fundo de População das Nações Unidas no Brasil lançou o podcast "Fala, UNFPA" que aborda temas como saúde sexual e reprodutiva, equidade de gênero, raça e etnia, população e desenvolvimento, juventude, cooperação entre países do hemisfério sul e assistência humanitária. Tudo isso, claro, a partir de uma perspectiva de direitos humanos. Saiba mais clicando aqui.